quarta-feira, 28 de agosto de 2013

TEN CEL NÁDIA GERHARD RECEBE TROFÉU GURI NA 36 EXPOINTER


ZERO HORA 28 de agosto de 2013 | N° 17536

TROFÉU GURI

Noite de homenagens. Cerimônia em Esteio destaca personalidades que ajudam a promover o Estado no país e no mundo


Ao som da tradicional canção que inspirou o Troféu Guri, 10 personalidades que se destacaram em suas atividades e promoveram o Rio Grande do Sul no país e no mundo foram homenageadas ontem à noite na Casa RBS, durante a 36ª Expointer, em Esteio. Em uma cerimônia festiva que contou com a presença do governador Tarso Genro, a 16ª edição do evento foi marcada pela emoção de gaúchos que voltaram a sua terra para receber a distinção.

A solenidade, apresentada pelo jornalista da Rádio Gaúcha Lauro Quadros, foi aberta com o Quarteto de Cordas Fina Estampa, de Novo Hamburgo.

– É motivo de muito orgulho para a RBS homenagear essas pessoas que, com paixão e dedicação pelo nosso Estado, contribuem para o seu desenvolvimento e para divulgar o que temos de melhor – disse o presidente-executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer.

Entre os homenageados deste ano, estavam oito guris e duas gurias. Alguns deles deixaram o Estado para fazer carreira nacional e internacional, como a apresentadora da TV Globo Fernanda Lima e o presidente da companhia aérea portuguesa TAP, Fernando Pinto.

– Nesse caminho que se faz pelo mundo, saí do Rio Grande do Sul com 12 anos, sempre tive em mente que toda a minha base, tudo o que eu aprendi, foi daqui que eu levei – disse Fernando Pinto, engenheiro mecânico nascido em Porto Alegre.

Governador destaca a pluralidade do povo gaúcho

Também longe da capital gaúcha desde a adolescência, a apresentadora e empresária Fernanda Lima tem ligação com o agronegócio, mesmo que tímida. No Rio de Janeiro, tem uma propriedade onde cria cerca de 70 cabeças de gado e alguns cavalos.

Primeiro a receber a premiação, o escritor Alcy Cheuiche usou um trecho da música Guri e lembrou emocionado o primeiro concurso de poesia de que participou, na década de 1960.

– Se alguma coisa fiz para merecer este troféu, foi que, por onde andei, mesmo sem bombacha e bota, sempre fui e serei gaúcho – afirmou Cheuiche.

Presente na solenidade, o governador Tarso Genro destacou que os agraciados da noite representam a síntese de um povo que tem uma pluralidade interna, na vida e na forma de encarar os desafios existentes.

– Daqui, de um Estado singular, saíram grandes iniciativas que formam o que melhor têm o Brasil – disse o governador.

Criado pela Rádio Gaúcha em 1998, o prêmio já homenageou 167 gaúchos de nascimento ou por adoção, que, graças a suas atividades, ajudaram a disseminar a cultura gaúcha e o Estado para além das fronteiras de seu território. Uma das principais atividades culturais do Grupo RBS na Expointer, a 16ª edição do evento de entrega dos troféus teve o patrocínio de Masal e CarHouse.


O NOME

- O Troféu Guri é uma homenagem ao cantor César Passarinho, que venceu o festival Califórnia da Canção Nativa em 1983 interpretando a canção Guri, de autoria de João Batista Machado e Júlio Machado da Silva Filho.

- Passarinho foi considerado o melhor intérprete da canção. Nascido em Uruguaiana, morreu em 1998, aos 49 anos, em Caxias do Sul, vítima de câncer.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O BRIGADIANO


Autor: Ayrthon Nenê Caetano


Uns acreditam na sina outros creem em missão

Eu penso que e vocação ter função de brigadiano

Pois e preciso coragem para um ser em sã consciência

Enfrentar rixa e pendências dia a dia ano a ano



É andar ostensivamente mantendo a ordem e a paz

Prevenindo o meliante das consequências da ação

É convencer o ladrão a não praticar o roubo

É presenciar fato horrendo sem demonstrar reação



É o brigadiano que empresta muitas vezes seu ombro amigo

Para a mãe, o pai ou o filho na presença do sinistro

Quantas vezes corre o risco no meio de uma investida

De perder a própria vida pra nos livrar do perigo



Todo o policial fardado transmite mais segurança

E o Cidadão tem confiança no servidor da Brigada

Pois sabe que se a armada faz ronda em certo local

Nem um fulano de tal ousara qualquer jogada



Não pensem alguns Cicranos que eu estou puxando o saco

Pois sou um cidadão correto cumpridor de meu dever

Apenas quis demonstrar um gesto de gratidão

Aos que tem por missão nos guardar e proteger.

SALÁRIO X CUSTO DE VIDA

BLOG ABORDAGEM POLICIAL sex, 15 jun 2012 

Tabela: Salário x Custo de Vida das Polícias Militares Brasileiras


Danillo Ferreira

De modo geral, no Brasil, a atenção salarial dada às polícias é inadequada, pela natureza do serviço e pelas necessidades sociais comuns a qualquer cidadão. Sempre se aponta a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) como a “prima rica” das polícias militares, já que por lá um soldado PM recebe quase R$5.000,00. Uma questão, porém, não é levada em consideração: qual o custo de vida que um soldado PM tem nos diversos estados do país? A partir desta comparação, entre custo de vida e salário, a PMDF continua sendo a melhor paga do país?

Para promover este debate, tivemos a curiosidade de pesquisar – em fontes informais – o salário atual das polícias militares (soldados 1ª Classe) e o custo de vida de cada capital do país. Neste exercício de curiosidade, descobrimos que, certamente, a Polícia Militar de Sergipe é a PM que possui o salário mais vantajoso do Brasil, enquanto a Polícia Militar do Rio de Janeiro possui o pior salário do país. A PMDF, conforme nossos critérios, tem o 13º salário:



Provavelmente, leitores encontrarão desacertos no valor dos salários e até discordarão dos índices de custo de vida, e até mesmo da metodologia – que não é científica nem definitiva. Outras pesquisas semelhantes podem ser feitas, qualificando os resultados. Por enquanto, nosso objetivo foi alcançado: mostrar que salário é uma medida relativa, não absoluta.


Autor: Danillo Ferreira - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato: abordagempolicial@gmail.com

MATÉRIA INDICADA POR 

Edison Estivalete Bilhalva via Domingues Rodrigo


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

CESSAR AS BELIGERÂNCIAS, APARAR AS ARESTAS E DEFINIR AS PRÁTICAS

  • Cel RR e ex-Comandante-Geral da Brigada Militar

Jamais esqueçamos que as Polícias são, tradicionalmente, fragmentadas internamente e beligerantes entre si. Muitos dos integrantes do topo pensam mais em si no que no todo.

Certa feita um amado Secretário de Segurança ao referir-se aos Oficiais disse num churrasco com Delegados que não se preocupassem com os brigadianos, porque eles só pensavam em promoção e medalha. Que Deus o tenha e a precocidade da sua partida impediu que recebesse as devidas contraditas. 

Não esqueçamos que o Governo só paga bem a quem teme, que possa denunciá-lo (MP), julgá-lo (até reter pagamentos de meras RPV), assessorá-lo (PGE e Defensoria). Até esconder servidor público em exercício regular no cargo, como é o caso do Chefe do Escritório de Representação do Estado do Rio Grande do Sul em Brasília. 

Diga-se a bem da verdade que essa esquiva deveria requisitar do Governador uma medida de cunho administrativo, para não repassar ideia de conivência. Afinal, trata-se de algo que envolve bem público. 

No entanto bem se sabe que o PT tem essa marca de fazer com que seus companheiros descriminalizem tantos tipos penais ao seu bel prazer e a imprensa colaborativa, interesseira e descompromissada com a verdade trata até de adotar suas terminologias que apaziguam o que deveria ser concebido como grave. Por fim, apenas um exercício temporal: Imaginemos se isso ocorresse em governo de outra sigla, o que diriam parlamentares e a própria imprensa?

AS POLÍCIAS PRECISAM ESTAR UNIDAS E JOGAR PESADO COMO TRADICIONALMENTE FAZ SEGUIMENTOS CONHECIDOS! 
P.S. Precisamos unidade, concentração de esforços e diálogo com os Delegados. Precisamos aparar arestas e definir limites de práticas cartoriais para evitar perda de tempo na prestação da polícia ostensiva e disponibilizar o balcão das Delegacias para fatos relevantes; urge que se delimite espaços territoriais com coincidência de responsabilidades da PC e da BM e que os comandos e delegacias de regiões, da Capital tenha reuniões semanais para análise do estado de segurança do espaço considerado e planejamento, dentre outras que já escrevemos, falamos e insistimos. 

No entanto, precisamos de um Governador que queira aperfeiçoar a prestação a segurança ao cidadão. O atual Secretário é um grande cidadão e respeita as Chefias e as instituições, mas ainda falta mais. Parece que não se precisa de tanta tutela, apenas que se exija cumprir metas de governo e se acabe com a apropriação ideológica, pois bandido tem que ir para a cadeia e policial corrupto com pena em dobro. Do soldado ao coronel e do agente ao Delegado, TODOS tem que cumprir e o militar se não marchar direito tem que voltar a ir preso pro Quartel e o civil, sob as penas do Estatuto, mas de pronto. Esse é o sentido da prestação lisa, de respeito, onde os homens saibam dos seus limites e dos seus deveres. Será que o Governo quer isso ou rende mais voto alisar a cabeça de bandido e continuar tratando bem a quem lhe interessa?

Nos preparemos para bem votar e a contrariar dito que corre de que já tivemos um jornalista no topo e servidor público, com vergonha na cara, não pode sentir saudade e também uma mulher, cuja sucessão de contratempos, para não dizer escândalos, dominaram seu governo, além do que posso falar de cadeira, tratar-se de uma pessoa sem palavra. Digo isso porque a história pessoal e profissional da pré-candidata em nada se aproxima destes dois e vou me empenhar em sempre cobrar ou repassar alguma experiência ou mesmo aviso de risco, até daqueles que tem ojeriza pelo trabalho distante de tapetes felpudos, e sofás afundantes dos Poderes e em campanha e em composição de assessorias sempre contam, em maioria com assento na primeira fila, ou me recolherei!

sábado, 17 de agosto de 2013

OLHO DIGITAL

As imagens das câmeras são automaticamente gravadas em uma espécie de caixa preta, que tem sistema de rastreamento por GPS, que permite identificar a localização da viatura:imagem 7
ZERO HORA 17 de agosto de 2013 | N° 17525

LETÍCIA COSTA

Uma viatura capaz de identificar criminosos. Sistema em testes permite cruzar, em tempo real, imagens de rostos e de placas com banco de dados


O porte de carro de luxo e a cor preta fosca da camioneta com adesivos da Brigada Militar são objeto de atenção nas ruas da capital gaúcha. Mas o diferencial da viatura está dividido entre o painel e o teto, junto ao giroflex: um equipamento que permite identificação facial e de placas de carros.

Com quatro câmeras pequenas, uma para cada lado do veículo, e outra grande, com 360 graus, acoplada, é possível ter a visão total do que ocorre ao redor. Em fase de teste pelas Patrulhas Especiais (Patres) do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar, duas camionetas – uma em Porto Alegre e outra em Bagé – têm um conjunto de equipamentos que agiliza o atendimento das ocorrências. Imagens de rostos e placas flagradas pela câmera principal são cruzadas com o banco de dados da polícia.

– A câmera capta a placa do veículo e fornece todos os dados já no terminal. Se o sistema estiver montado, o atendente do 190 digita as informações, identifica qual viatura está mais próxima da ocorrência, e o policial recebe o histórico da ligação na viatura – comenta o major Alessandro Prestes, comandante da 4ª Companhia do Batalhão de Operações Especiais (BOE).

Por enquanto, o equipamento não está interligado com o banco de dados do Estado. Mesmo assim, policiais já se adaptam à mudança de tecnologia, há anos no sistema de rádio. Mas isso ainda não garante a adoção definitiva. O chefe do setor de Comunicação Social, tenente-coronel Eviltom Pereira Diaz, diz que ainda é preciso comprovar a eficiência para abrir a licitação. Há uma estimativa, não confirmada, de contar com 220 veículos.

Em Manaus, não há dúvidas. Desde fevereiro de 2012, 252 viaturas inteligentes estão nas ruas, com locação orçada em R$ 3,5 milhões por mês – R$ 14 mil, cada. Para o coronel Amadeu Soares, secretário-executivo do programa Ronda no Bairro, estes veículos teriam influenciado na redução da criminalidade em 26%, de 2011 para 2012. Não é só isso:

– Se um veículo estraga, vem outro para o lugar. O serviço não para.

A novidade possibilitou outros avanços. Cada camioneta tem números de telefone colados em adesivos, e foi criado um aplicativo para celular que informa qual a viatura mais perto.


BM testa viatura com sistema de identificação de rostos e placas Tadeu Vilani/Agencia RBS

No interior da viatura, um computador de bordo fica acoplado no painel acima do porta-luvas. Por uma tela de toque, o policial acessa a internet, as câmeras e o sistema integrado de informações:imagem 2
 Imagens das quatro câmeras são visualizadas no computador de bordo e em equipamentos externos, como tablets e celulares, por meio da internet:imagem 4
A câmera acoplada ao giroflex consegue fazer a leitura de placas de veículos e o reconhecimento facial e, com softwares instalados no computador de bordo, é possível fazer a interligação com bancos de dados da polícia:imagem 5
A visão em alta resolução da câmera principal aparece em um monitor na parte central do painel. Um joystick controla a direção da câmera e o zoom, mas ela também pode ser direcionada de fora do veículo, por uma central:imagem 6

domingo, 11 de agosto de 2013

GRUPO CENTAURO NA DEFESA DA CARREIRA DE NÍVEL SUPERIOR

PORTAL DO BLOG GRUPO CENTAURO, sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Grupo Centauro vai ao Governo em defesa da carreira de nível Superior


Hoje, dia 02 de agosto, integrantes do Grupo Centauro foram recebidos na Chefia da Casa Civil para tratarem sobre uma possível proposta existente, visando, de forma descabida, alteração na Carreira dos Oficiais de Nível Superior da Brigada Militar.

No mesmo ato os integrantes do Grupo solicitaram ao Governo o retorno do parcelamento estabelecido até 2018, em uma única parcela anual, conforme previa o projeto salarial apresentado pelo próprio Governo em negociações com a Categoria. Leia o documento entregue ao Governo ao final.

Após os integrantes visitaram o Coronel Arlindo Bonete, Vice-presidente Estadual do Partido da República em seu gabinete de trabalho, ocasião em que manifestou integral apoio e comprometimento com a postulação do Grupo Centauro referente a antecipação das parcelas de aumento para a Brigada Militar.




PREZADO SENHOR

Em razão das tratativas salariais com os Oficiais de Nível Superior da Brigada Militar (capitão, major, tenente-coronel e coronel), ocorridas nos dois últimos anos, o Governo Estadual encaminhou à categoria proposta que definia reajustes, a partir de 2013 e até 2018, em percentuais anuais a serem concedidos nos respectivos meses de março.

Os projetos efetivamente encaminhados ao Poder Legislativo e aprovados, porém, foram diferentes do proposto, ou seja, previram o reajuste de 2013 (Lei 14.099, de 19 de setembro de 2012) em uma única parcela concedida em março, e os demais foram divididos em duas parcelas anuais a serem concedias, a partir de 2014 e até 2018, nos respectivos meses de maio e de novembro (Lei 14.075, de 31 de julho de 2012).

Com isto, a categoria deixará de receber, diferentemente do que previra a proposta original, reajustes integrais correspondentes aos meses respectivos de março e abril, assim como as diferenças correspondentes a seis meses entre maio, inclusive, e novembro, exclusive.

Além do prejuízo financeiro provocado pelo parcelamento, com certeza há o prejuízo motivacional dos Oficiais da Carreira de Nível Superior atingidos pela medida.

Caso a nossa pretensão de termos tratamento igual dado à categoria equivalente para que os reajustes nos sejam concedidos anualmente em uma única parcela a partir de janeiro, solicitamos que sejam envidados esforços no sentido de que, então, sejam antecipadas as parcelas de novembro e de maio de cada ano, até 2018, para os respectivos meses de março tal como previa a proposta original.

Desta forma, uma vez revistas as datas de concessão, será corrigido este tratamento diferenciado que foi dispensado, evitando-se que as perdas salariais se acentuem, assim como sejam mantidas as condições motivacionais dos profissionais para com o trabalho e para com os serviços que prestam à população.

Certos da compreensão de V. Excia. e de que os estudos visando o atendimento do nosso pleito serão realizados para a correção destas diferenças, subscrevemo-nos

Atenciosamente.

Exmo Sr. Dr. CARLOS PESTANA
Chefe da Casa Civil – RS

Nesta Capital

sábado, 10 de agosto de 2013

INDIGNAÇÃO, RECONHECIMENTO E LIÇÕES QUE FICAM




ZERO HORA 10 de agosto de 2013 | N° 17518

FERNANDA DA COSTA E VANESSA KANNENBERG

LONGA ESPERA PELO SALVAMENTO

Desabafo em 1.017 palavras. Após ver filho esperar três horas preso às ferragens, agricultor escreve carta sobre sucateamento dos órgãos de salvamento


Palmas rompem o silêncio do corredor. O som conduz ao quarto 705 do Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo. Uma mãe às lágrimas vê o filho em pé pela primeira vez desde um acidente, apoiado pelo pai e por uma fisioterapeuta. A alegria da recuperação caminha ao lado da indignação frente ao sucateamento dos órgãos de salvamento, que o fizeram esperar três horas até ser conduzido a um hospital. Com as pernas presas às ferragens, Roberto Piva Paim, 31 anos, viu pela janela amassada do carro o desespero dos pais, impotentes.

Na madrugada de 28 de julho, Roberto Paim, o pai, de 60 anos, e a mulher, Ilse Ana Piva Paim, 57 anos, viajavam em uma S10 de Carazinho a Chapada. Eram seguidos pelo filho, que conduzia um Peugeot, ao lado da namorada. No km 8 da VRS-801, em Almirante Tamandaré do Sul, o filho viu um Gol andando no meio da pista. Tentou desviar, mas não evitou a colisão. Na direção do Gol estava Gabriel Douglas Aires, 20 anos, que morreu no local. O morador de Carazinho não tinha CNH.

Quando deixou de ver o carro do filho, o pai voltou. Encontrou-o gravemente ferido e viveu a pior espera de sua vida. Além da falta de equipamentos de resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), os bombeiros que livrariam Roberto das ferragens tiveram de chegar ao local de carona. O caminhão, fabricado há mais de 30 anos, quebrou na estrada. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso, mas aguarda o resultado das perícias. A namorada de Roberto sofreu ferimentos leves.

O acidente foi o único do ano na rodovia, mas suficiente para expor a fragilidade do sistema. Uma semana após a colisão, o agricultor sentou-se no sofá do quarto do hospital. Em silêncio, ao lado do filho, escreveu 1.017 palavras para expor a indignação:

– Escrevi o que deve estar engasgado em outros pais que perderam filhos na estrada por demora do socorro.

Na véspera do Dia dos Pais, ZH reproduz a íntegra da carta, já publicada no Blog de Rosane de Oliveira.


INDIGNAÇÃO E LIÇÕES QUE FICAM - A CARTA





sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ROBÔ É NOVO ALIADO DA BM PARA DESARME DE BOMBAS

ZERO HORA 09 de agosto de 2013 | N° 17517

FERNANDO GOETTEMS

OPERAÇÕES DE RISCO

Equipamento integra kit de R$ 2,4 milhões que visa à segurança na Copa



Um robô antibombas é o novo reforço da Brigada Militar para enfrentar situações de risco. Com tecnologia importada dos Estados Unidos, o equipamento vai permitir à polícia atuar com mais segurança para neutralizar explosivos.

Com o uso de radiofrequência, câmeras e controle remoto – semelhante aos usados em videogames –, o robô pode ser manejado em um raio de até 300 metros. O equipamento se move por meio de esteiras, permitindo que supere obstáculos, como escadas e rampas. Ele também suporta erguer objetos com peso de até 60 quilos.

O robô integra um kit antibombas composto por 10 itens – como detector de gases tóxicos e substâncias explosivas e raio X, para verificar o interior de objetos suspeitos. Com esses materiais, os agentes não precisam se aproximar de áreas com risco de explosões, reações químicas, biológicas, radiológicas e nucleares. A tecnologia foi adquirida pelo Ministério da Justiça, visando à segurança na Copa do Mundo, ao custo de R$ 2,4 milhões.

Os equipamentos foram repassadas pela Secretaria da Segurança Pública para a BM na tarde de ontem, durante demonstração na sede do Grupamento de Busca e Salvamento, no Armazém C-1 do Cais do Porto, na Capital.

O Grupo de Ações Especiais Táticas Especiais (Gate) da BM será a unidade responsável pelo uso do equipamento. Policiais do Gate receberam treinamento na Argentina e em outros Estados, como Mato Grosso.

– É possível inspecionar o artefato com antecedência, para saber o que ele contém. A regra é: primeiro a máquina, depois o homem, mesmo assim, esse kit não substitui a ação dos agentes – observa o major do Gate Douglas da Rosa Soares.

O secretário da Segurança, Airton Michels, salienta que o equipamento vai identificar com mais agilidade falsas bombas:

– Quando for uma simulação de bomba muito grosseira, vamos conseguir desmontá-la mais rapidamente, porque essas situações acabam gerando muito transtorno.

O secretário disse que deverão ser investidos cerca de R$ 80 milhões para a segurança na Copa do Mundo de 2014.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

APENAS UM PM

ZERO HORA 07/08/2013 | 05h02

Fernanda da Costa, em Nova Boa Vista

Repórter na Segurança

Em Nova Boa Vista, apenas um policial militar para 1,9 mil habitantes. A pequena cidade do norte do Estado tem, na prática, apenas um BM, que mora em outra cidade



Soldado Vagner Verza, único brigadiano que atua em Nova Boa Vista, mora e também trabalha em Carazinho, a cerca de 50 quilômetros da cidade
Foto: Diogo Zanatta / Especial


Já era o final da manhã quando o morador de Nova Boa Vista, no Norte, Harlei Lorscheiter, 44 anos, chegou ao posto policial da cidade. Bateu algumas vezes na porta e, sem resposta, resolveu olhar pelo vidro da janela. O cenário estampava apenas uma mesa com computador e uma cadeira vazia.

Mesmo com dois policiais lotados na cidade de 1,9 mil habitantes, na prática os moradores são protegidos atualmente por apenas um profissional, conforme o prefeito Márcio Thums (PTB). Para completar, este policial mora em Carazinho, a cerca de 50 quilômetros do município. O outro brigadiano, que mora na cidade, sofreu um acidente de trânsito durante o trabalho e está afastado.

Devido à carência de efetivo, moradores como Lorscheiter têm de viajar para conseguir auxílio do órgão policial. Na manhã de terça-feira, o agricultor compareceu à Brigada Militar para registrar a perda da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), já que o município não conta com delegacia da Polícia Civil.

Como não havia brigadiano, Lorscheiter afirmou que teria de percorrer 10,5 quilômetros para efetuar o registro, na delegacia de Sarandi. O problema, segundo ele, seria dirigir até a cidade vizinha sem um documento para provar a perda da CNH:

— E se me pararem na estrada? O que eu vou dizer?

O agricultor relata que a cidade é calma, mas que a falta de policiais causa transtornos, como o que ele viveu. Em menos de 10 minutos, outro morador teve a mesma decepção de Lorscheiter. Sem querer se identificar, o homem apenas contou que pretendia registrar uma ocorrência com relação a uma dívida. Ao encontrar o posto fechado, também teve de viajar a Sarandi.

Quem anda a pé ou de carro pela principal via da cidade passa obrigatoriamente pela maior parte do comércio e dos serviços. Na Avenida Jacob Sobrinho estão localizados bancos, supermercados, postos de combustíveis, lojas, farmácia, concessionária de veículos e joalheria.

— Se acontecer algo grave, estamos lascados — afirma Leonir Schneider, 27 anos, gerente de um posto de combustíveis, que pede ao governo a colocação de pelo menos um policial por turno para proteger os moradores. da cidade

O posto onde Schneider trabalha funciona até as 20h, duas horas depois que a maioria do comércio fecha as portas, e quando raramente há um policial de serviço:

— Tenho medo de que, se os bandidos souberem que só temos um policial na cidade, venham nos assaltar.

Em 2008, cidade não tinha um policial sequer

Embora ainda seja crítica, a situação da cidade já foi pior. Até setembro de 2008, não havia nenhum policial lotado no município. O pior, porém, é que a realidade de Nova Boa Vista não é exceção no Estado. Segundo a Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, 45% das cidades gaúchas sofrem com falta de efetivo.

O único brigadiano que trabalha na cidade, o soldado Vagner Verza, não foi autorizado a dar entrevistas. Ele chegou ao posto policial por volta do meio-dia, depois de trabalhar no interior do município. Durante a noite, ele também atuou em Carazinho.

No início de junho, a agência da cooperativa de crédito Crehnor, um dos dois bancos da cidade, foi arrombada por quatro homens armados. O grupo entrou no local por volta das 4h30min, mas fugiu sem levar nada, depois que o alarme foi acionado.

A gerente da agência, Raquel Sommer Milani, 29 anos, diz que o efetivo policial reduzido é motivo de preocupação. Segundo ela, em vez de esperar alguém atender o telefone do posto policial da cidade, os moradores preferem ligar para a Brigada de Sarandi, que funciona 24 horas por dia.

— Não temos como saber em que turno terá policial aqui. O tempo que gastamos esperando alguém atender é suficiente para um bandido fugir.

Em maio, dois bancos foram assaltados em cidades vizinhas a Nova Boa Vista: Constantina e Sarandi. Nos dois casos, os bandidos fizeram reféns, assustando os moradores da região.

O prefeito Márcio Thums recebe constantes reclamações dos comerciantes, temerosos em relação à insegurança. Segundo ele, na mesma madrugada em que o banco foi arrombado, os bandidos ainda entraram em um supermercado e levaram mercadorias. Em outro caso, há um ano, dois homens em uma motocicleta roubaram todo o dinheiro de um bar, em plena tarde.

— Essas ocorrências deixaram os moradores apreensivos — diz Thums.

CONTRAPONTO - O que diz o major Sérgio Portela, comandante do 38º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Carazinho: "Sofremos com a carência de efetivo em Nova Boa Vista e ainda tivemos o imprevisto de termos um policial afastado por motivos de saúde. Para suprir essa falta, trabalhamos com um esquema de patrulhamento conjunto, em que reunimos o efetivo de cidades vizinhas para atuar nesses locais. Para trabalhar em eventos ou em operações planejadas no município, contamos com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (BOE) de Passo Fundo."

terça-feira, 6 de agosto de 2013

MEIAS VERDADES SÃO TAMBÉM MEIAS MENTIRAS


Marcelo Dornelles Dos Santos


Como oficial da Brigada Militar tenho acompanhado o debate sobre a separação do Corpo de Bombeiros Militar da Brigada Militar a meia distância, até porque tenho posição favorável a este pleito já de longa data, o que podem afiançar as pessoas do meu convívio mais próximo.

Contudo, não posso mais aceitar calado (até proque nunca aceitei nada calado) a demonização da Brigada Militar instigada por alguns integrantes da própria corporação, pois, sim, os bombeiros ainda são brigadianos e seria importante que não se esquecessem disto.

Minhas observações apontam para duas questões elementares trazidas a público como fundamentos da separação.

A primeira diz respeito aos problemas orçamentários e de gestão que afetam o Corpo de Bombeiros. Neste aspecto, quero dizer que é certo que os bombeiros possuem dificuldades, contudo, estas dificuldades são proporcionais as enfrentadas pelas diferentes especialidades e/ou modalidades do policiamento. Se faltam recursos, efetivo, EPI, treinamento, viaturas para os bombeiros, na mesma magnitude, faltam para o policiamento. Logo, não há privilégio a atividade de policiamento, nem, tampouco, menos valia a atividade de bombeiro. Além disto, ainda com relação a questão orçamentária e de gestão, é importante fazer uma ressalva: os bombeiros tem o Fundo de Reaparelhamento dos Bombeiros (FUNREBOM) que o policiamento não tem. Não obstante, quando vejo falarem da separação, ouvesse que os bombeiros necessitam de um percentual dos recursos da Brigada Militar exclusivamente para os bombeiros, sem sequer citar a existência de tais recursos, muito menos inclui-los no montante de recursos a serem divididos. Logo, o que hoje propõem alguns bombeiros seria mais ou menos o seguinte: “o meu, é meu e o teu, é nosso”.

Em segundo lugar, com todo respeito, não dá para aguentar a vitimização dos bombeiros no que tange as supostas represálias que os bombeiros sofrem na carreira. Por favor, não zombem da minha inteligência. Os bombeiros, enquanto carreira única com a atividade de polícia, posto que originários da mesma formação, sempre foram privilegiados no que tange a ascensão funcional. Em primeiro lugar, pela quantidade de cursos de especialização oferecidos na área de bombeiros, incomparavelmente maior do que na área de policiamento, o que influenciava na pontuação dos oficiais bombeiros para a promoção por merecimento, fazendo com que, já na avaliação, saíssem na frente dos oficiais do policiamento, o que invariavelmente é referendado no ato de promoção.

Dizer que os bombeiros são desprestigiados dentro da Brigada Militar é quase um escárnio a inteligência mediana, em especial pelo fato de que tanto o Comandante-Geral, quanto o Subcomadante-Geral, postos máximos da corporação, são oficiais especializados na atividade de bombeiro. Ainda, dizer que os bombeiros são aviltados ao serem designados para unidade de policiamento, além de nova falácia, posto que nossa formação universal é policial e a atividade de bombeiro ainda é uma especialização, quer ensejar que a atividade de polícia ostensiva é menos nobre do que a atividade de bombeiro. Se ao oficial com especialização na atividade de bombeiro é um desafio ser designado para a atividade de policiamento, não menos árdua é a atividade de bombeiro para nós, “pés de poeira”, atividade esta que requer tanto conhecimento, dedicação e amor quanto a atividade de bombeiro.

Hoje, chegamos ao ponto de bombeiros criarem norma que contraria Portaria do Comandante-Geral da BM em vigor, negando-se a comparecer em quartéis das unidades de policiamento para a elaboração de PPCI das diferentes frações da corporação que, lembremo-nos, ainda é a mesma.

Entretanto, os irmãos bombeiros esquecem-se, por exemplo, que a grande maioria dos salva-vidas são oriundos do policiamento. Esta atividade certamente está com os dias contados, pois, na forma de legislação em vigor, tratar-se-ia, a partir da separação, de cedência entre órgãos e eu, como comandante, não teria porque ceder um miliciano para uma atividade não policial, não acham? Como dizem: cada um com seus problemas, ou isso só vale quando vem ao meu benefício?

Me sinto absolutamente a vontade para falar tudo isso porque, se não bastasse ser favorável a separação de longa data, a minha unidade auxiliou a conquistar votos da Consulta Popular que resultaram na eleição de um caminhão de bombeiros para a cidade de Canela e por, dentro da fidalguia, do espírito de camaradagem e da preservação do bom nome da Brigada Militar, amanhã, quando os bombeiros de Canela realizarão vistoria no Presídio de São Francisco de Paula, o nosso POE nas proximidades para auxilia-los em caso de convulsão naquela casa prisional, como não poderia ser diferente.

Quero finalizar dizendo que, mais uma vez, ao invés do foco ser o benefício da sociedade, este movimento, como os anteriores, aponta para a busca do atendimento de interesses pessoas, o que vai levar este projeto, do qual, repito, sou favorável, ao inevitável fracasso.

Por fim, quero dizer que o DESQUITE não existe mais. Ou separa ou aguenta, pois a pior alternativa possível é a tal de autonomia administrativa que arrancaria os parcos recursos da atividade de policiamento em benefício da atividade de bombeiros.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DESCARTE INDEVIDO

ZERO HORA 05 de agosto de 2013 | N° 17513


Cláudio Brito*


Péssima hora escolheram os coronéis da Brigada Militar para expressarem o desejo de um descarte de parte tão importante de sua estrutura e de sua história. Motivados pelo incêndio devastador de janeiro, em Santa Maria, concluíram que o melhor agora seria a desvinculação do Corpo de Bombeiros. Tema debatido há anos, ora com apoio de bombeiros, ora com apoio de servidores dedicados ao policiamento exclusivamente. Agora, que o bicho está pegando, por conta da atuação de alguns oficiais bombeiros, questionados judicialmente como autores de improbidade administrativa, parece que os oficiais do policiamento querem desfazer-se do incômodo. Há também, entre os bombeiros, aqueles que querem deixar a corporação, pois a definem como madrasta, que só reserva 10% de seu orçamento aos bravos soldados do fogo e suas condições de trabalho. O manifesto dos coronéis tem a assinatura do comandante dos bombeiros. O Conselho Superior da Brigada Militar quer livrar-se dos bombeiros, como se assim as cinzas da boate Kiss voassem para outros quintais.

A tarefa daquela brava tropa não é feita só de combater incêndios. Cabe-lhe a defesa civil, a busca e o salvamento em geral. Basta que lembrem da Operação Golfinho, que saberão do que estou falando. Quem e sob que modelo institucional ou corporativo cuidaria de nossa gente?

Diga-se da necessidade de uma emenda constitucional estadual para viabilizar-se o pretendido. Projeto de iniciativa do governador, de parlamentares, ou popular. Há meios previstos na Constituição do Rio Grande do Sul, cujo processo legislativo prevê dois turnos com votação de três quintos dos nossos deputados. E tem mais a legislação estatutária e disciplinar. Os bombeiros deixariam de ser militares? Seriam afastados do regime jurídico que hoje é peculiar a eles e a seus colegas do policiamento? Sob que tutelas seriam julgados os que ora respondem pelos fatos motivadores dessa ruptura? O vínculo está afirmado pelo documento produzido pelo colegiado de oficiais superiores. Há referência expressa à repercussão nacional do acontecido. O mais despreparado dos conselheiros haverá de lembrar que nessas horas corre-se o risco das decisões menos ponderadas.

Faltam 4 mil bombeiros e uma dúzia de caminhões mais modernos e completos que os atualmente usados para o combate aos incêndios, por conta de uma participação muito pequena em dotações orçamentárias, que só contemplam custeio e nenhum investimento. Quem disse que a autonomia resolveria? Não é preciso separar-se da Brigada Militar para receber mais atenção. Afinal, brigadianos ou não, os bombeiros seguirão dependendo do Tesouro do Estado. O que resolve é vontade política de encaminhar mais ou menos recursos a qualquer dos serviços públicos. A abolição da escravatura foi mais um descarte do que concessão de liberdade aos escravos, sabe-se hoje. Não é o que deve ser feito com os bombeiros. Admita-se o debate, a pesquisa de rumos e tudo o que represente o exame detalhado da realidade, mas não quando a comoção está na raiz da discussão. Se há quem defenda a ideia da separação há algum tempo, por que seria agora a revolução? A farda dos bombeiros não está chamuscada e não será preciso desnudá-los para que as soluções pretendidas sejam alcançadas. Cautela e discernimento, por favor.

*JORNALISTA

FALTAM 1,7 MIL PMS NAS RUAS DE PORTO ALEGRE





ZERO HORA 5 de agosto de 2013 | N° 17513


LETÍCIA COSTA


REPÓRTER NA SEGURANÇA

Em nove das 17 vias percorridas não havia soldados nos dois turnos analisados pela reportagem



Um teste ZH realizado durante dois dias em Porto Alegre – à tarde e durante a madrugada – confirmou o que as estatísticas sugerem: faltam policiais nas ruas. Conforme a própria Brigada Militar, há nos batalhões da Capital apenas 2.860 (62%) dos 4.605 PMs previstos, uma defasagem de 1.746 PMs.

Na última sexta-feira de julho, entre meia-noite e 2h, uma equipe de reportagem encontrou apenas quatro viaturas circulando com as luzes das sirenes acesas – duas no mesmo ponto – durante um trajeto de 64 quilômetros. A presença da polícia era pouco perceptível em áreas onde há constantes registros de assaltos a postos de combustíveis, por exemplo.

Enquanto nenhum PM foi visto a pé durante a madrugada, no teste realizado à tarde, na sexta-feira, 2 de agosto, eles foram predominantes. Concentrados principalmente na Região Central, 10 policiais estavam circulando ou parados em pontos com colegas. Durante o trajeto das vias analisadas, foram vistos PMs em quatro viaturas e em quatro motocicletas. Mesmo mais presente à luz do dia do que durante a madrugada, o policiamento ostensivo nas ruas não melhorou se comparado ao mesmo teste feito no ano passado.

Em uma tarde de setembro, também foram encontrados PMs em quatro viaturas e quatro motocicletas. Havia sete policias a pé e dois a cavalo. Desta vez, não foram localizados integrantes do Regimento de Polícia Montada (RPMon).

Há um ano, em ronda semelhante, a reportagem avistou quatro viaturas e nenhum policial militar à pé na cidade durante o começo da madrugada de uma terça-feira.

De acordo com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), as rondas diárias são caracterizadas por pelo menos dois PMs em viaturas – um motorista e outro patrulheiro – e o uso do giroflex, que permite a identificação da viatura com mais facilidade.

O tenente-coronel Eviltom Pereira Diaz, porta-voz da Brigada Militar, ressalta que houve a inclusão de 2.432 novos soldados no Estado em abril, mas ainda faltam mais de 12 mil para fechar o número previsto. Atualmente, 12% do efetivo total atua em Porto Alegre. A média de viaturas usadas à noite, segundo o comando, é de 50 a 60 veículos.

– Optamos por usar o policiamento motorizado, que tem mais mobilidade – explica o coronel João Diniz Prates Godoi, chefe do Comando de Policiamento da Capital.

Para tentar prevenir e repreender assaltos a postos de combustíveis, furtos e roubos de veículos, o CPC adota operações com barreiras, chamadas de Pré-Sal, Esforço Concentrado e Força Tática, em diferentes regiões da cidade.


CONTRAPONTO - O que diz o coronel João Diniz Prates Godoi, chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC). Conforme o comandante, os novos integrantes da BM incrementam ações nos Territórios de Paz e em operações de combate aos crimes mais comuns. O oficial diz:

– Empregamos todo efetivo que temos no policiamento. Esses 547 policiais que recebi melhoraram bastante a segurança.

Godoi argumenta que o teste não permite uma visão geral do policiamento. Na madrugada do teste, havia 53 viaturas no policiamento, sendo que 31 estavam em ocorrências. Conforme a Brigada, houve a inclusão de 2.432 soldados no Estado em abril, mas ainda faltam 12 mil para alcançar o número do efetivo previsto pela corporação.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se a análise fosse de acordo com a necessidade da população da capital e não em relação aos efetivos previstos e existentes da Brigada Militar, faltariam muito mais policiais ostensivos em Porto Alegre e nas demais cidades gaúchas. Na realidade, esta defasagem tem origem na aposentadoria dos policiais que é maior do que a entrada; nos pedidos de baixa devido aos baixos salários; e nos desvios de policiais para funções totalmente diferentes para as quais foram formados, treinados, qualificados e capacitados.

De nada adianta integrar novos policiais se eles continuam sendo desviados para gabinetes dos políticos; para a SSP; para os presídios em funções que são exclusivas dos agentes penitenciários; para o MP; para o Judiciário; para a Fazenda; e para cumprir tarefas federais na Força Nacional de Segurança, entre outras. Parece que os governantes, legisladores, magistrados, promotores públicos não estão nada preocupados com a segurança do povo, cuja conivência e fomento aos desvio vêm estimulando distorções salariais, desmotivação na tropa, facciosismo e crescimento da defasagem, independente de novos concursos e novos integrantes.



quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ENCONTRO E DEBATE SOBRE DESVINCULAÇÃO DOS BOMBEIROS DA BM

A FOLHA DE TORRES, Torres, RS, 01 de Agosto de 2013.

Desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar e prevenção de incêndio em pauta


Desde a tragédia da boate Kiss em Santa Maria e, recentemente, o infortúnio ocorrido no Mercado Público de Porto Alegre, os debates sobre os recursos utilizados pelos bombeiros no combate a incêndios estão cada vez mais em pauta. E o debate se aprofundou com a realização de um importante encontro de Bombeiros aqui em Torres, no Guarita Park Hotel.



Encontro reuniu bombeiros de três estados

Já que o governo do Estado vem sendo considerado inerte perante os desastres que sofre o RS (em especial o caso da boate Kiss, em janeiro deste ano), e já que há um descaso com as reivindicações feitas pelo Corpo de Bombeiros na busca por maior independência da corporação, a Assembleia Legislativa Gaúcha tomou uma decisão importante no último dia 09 de julho. O deputado estadual Pedro Pereira protocolou um Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que desvincularia o Corpo de Bombeiros do Estado da Brigada Militar, oferecendo assim autonomia administrativa e financeira à corporação.


Encontro em Torres reúne bombeiros de Três estados

O tema foi um dos pilares do encontro do 9º Comando Regional dos Bombeiros que ocorreu entre terça e quinta-feira (16 a 18) aqui em Torres, no Guarita Park Hotel, e que contou com a presença aproximada de 50 membros do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Na pauta do encontro, aconteceram ainda três agendas diferentes: A primeira é relativa a reunião de Comandantes Regionais do Corpo de Bombeiros. A segunda foi uma reunião da comissão técnica do corpo de bombeiros, que busca atualizar a legislação relacionada à expedição de alvarás. A terceira pauta estava vinculada a Secretaria Nacional de Segurança Pública, buscando avançar na discussão por uma padronização nacional das instruções técnicas do Corpo de Bombeiros.

“Trazer o foco da importância dos Bombeiros para Torres. encontro desses é de um comando. Capitão Rodrigo Canci Pierosan, Comandante do Corpo de Bombeiros de Torres: “Auxiliou na organização do evento, que foi muito produtivo, os assuntos foi tratado. Inovações na parte de prevenção foram debatidas. O debate da discussão debateu vantagens e eventuais desvantagens, inclusive com os bombeiros de Santa Catarina trazendo luz a experiência.

O jornal A FOLHA esteve presente no evento, e conversou com o Tenente Coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, Chefe de Estado Maior do Corpo de Bombeiros do RS. Ele afirma que a desvinculação à Brigada Militar oferece “autonomia administrativa e financeira aos Bombeiros, necessária para o aperfeiçoamento da carreira dos integrantes da corporação, além de possibilitar um volume maior de recursos para investimentos em equipamentos e infraestrutura”. Oliveira Júnior lembrou ainda que apenas quatro estados brasileiros ainda contam com o vínculo entre Polícia Militar e Corpo de Bombeiros: Além do Rio Grande do Sul, os outros estados são Paraná, Bahia e São Paulo.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Torres, Capitão Rodrigo Canci Pierosan, auxiliou na organização do evento, e disse que “o encontro foi muito produtivo, os assuntos que estavam previstos foram debatidos, como as inovações na parte de prevenção. O debate da possível desvinculação também debateu vantagens e eventuais desvantagens, inclusive com a presença deos bombeiros de Santa Catarina trazendo luz à experiência deles”.



Um bom exemplo de Santa Catarina

Conversei também com o tenente coronel Edson Luiz Biluk, Major do Corpo de Bombeiros em Santa Catarina. Ele vivenciou a mudança que ocorreu após a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar em solo catarinense. “Antes estávamos presentes em apenas 35 municípios de Santa Catarina, enquanto hoje, 10 anos depois da desvinculação, temos 110 municípios guarnecidos pelo Corpo de Bombeiros. Separados da Polícia Militar, ganhamos maior autonomia para buscar parcerias com as prefeituras”.

Biluk citou um caso vivenciado por ele na cidade de Luís Alves, uma destas cidades catarinenses que passou a ser amparada pelo serviço do Corpo de Bombeiros nos últimos anos. A cidade tem cerca de 10 mil habitantes, e hoje conta com um caminhão-hidrante e uma ambulância para o serviço dos três ou quatro bombeiros que lá trabalham. “Atuamos lá em um caso de incêndio numa empresa. Chegamos com agilidade e evitamos que o fogo se alastrasse, mas ainda assim houveram danos na casa dos R$ 400 mil reais. Contudo, o proprietário do estabelecimento nos agradeceu pela atuação, pois a maior parte de seu patrimônio, cerca de R$ 2 milhões, havia sido salva. Se Luís Alves não contasse com uma estação de Bombeiros na cidade, provavelmente as perdas com este incêndio seriam totais ”.

Dados de 2007 apontam que 60% dos incêndios no Brasil aconteceram em residências, que não são regularmente fiscalizadas. Por isso que, segundo Biluk, “deveria haver um plano de prevenção, com fiscalização periódica da parte elétrica das residências, que deveria ser executada de acordo com o que preveem as normas técnicas. Somente este processo poderia reduzir significativamente o número de incêndios em casas e apartamentos. Infelizmente, Isto quase nunca ocorre, e há ainda uma grande quantidade de ligações elétricas clandestinas no Brasil, de grande risco para a sociedade”.

Formado em administração pública e na faculdade de estudos sociais, o Major Biluk ressalta que, atualmente, é exigido dos oficiais do Corpo de Bombeiros em Santa Catarina a graduação em algum curso de nível superior, o que supõe um melhor preparo da instituição. “O fato do profissional ser formado indica que o mesmo poderá ter uma visão de mundo mais completa, melhorando a eficiência do Corpo de Bombeiros onde trabalha”.



A carreira de Bombeiro

Como parte do corpo militar brasileiro, a primeira coisa que deve-se saber antes de decidir tentar a carreira de Bombeiro é que você estará submetido a um plano de carreiras rigorosamente subdivido em postos e graduações, convivendo com a hierarquia e disciplina como valores fundamentais na vida militar.

Diferentemente das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), que são órgãos militares federais, o Corpo de Bombeiros é parte dos militares estaduais, da mesma forma que a Polícia Militar, sendo submetidos às medidas governamentais no âmbito estadual. É por isso que, para os Corpos de Bombeiros, a carreira varia de estado pra estado, inclusive o salário e demais benefícios. A remuneração aos bomeiros em Santa Catarina, por exemplo, é de R$1.943,68 antes da conclusão do curso de formação e, após a formação, de R$2.435,51

Há um certo tempo, especialmente depois da Constituição de 1988, que o ingresso no serviço público praticamente se limitou à prestação de concurso público. Com os Corpos de Bombeiros não foi diferente. Hoje, de acordo com a necessidades e disponibilidade (acima de tudo) dos estados, são abertos editais de concurso público para a carreira de bombeiro.

Os pré-requisitos, o grau de dificuldade das provas e a concorrência variam de estado pra estado e de acordo com a instituição organizadora do processo seletivo. De certo, temos o seguinte: para ingressar na instituição, o candidato passará por uma seleção que inclui exame intelectual (prova teórica), exame de saúde, teste físico, exame psicoténico e investigação social. O conteúdo do exame intelectual geralmente aborda o conteúdo de ensino médio (antigo 2º grau), mas já há estados que fazem a exigência de nível superior e outros até de CNH.

Após aprovado no processo de concurso público, o aspirante a bombeiro ainda passará por um curso de formação de praças ou oficiais. O curso de formação de praçaspossui duração máxima de um ano, geralmente exigem apenas o ensino médio concluído. Alguns já habilitam o soldado até a graduação de 3º sargento. Neste caso, a hierarquia é a seguinte: soldado> cabo> 3º sargento> 2º sargento> 1º sargento> subtenente. Após passados todas estas graduações, alguns ainda ingressam no quadro de oficiais (em alguns estados, a legislação permite que se chegue até o posto de tenente-coronel).

Já o curso de formação de oficiais é geralmente mais concorrido por possuir uma carreira mais atrativa, inclusive do ponto de vista salarial. Aqui, o aluno já ingressa como Cadete ou aluno-oficial, possuindo graduação superior a do subtenente. A rotina é intensa e a exigência disciplinar é elevada (acostume-se a engraxar os coturnos, engomar a farda e até passar ferro na cama!), submetendo o Cadete a uma cansativa rotina de estudos, treinamentos militares, atividades profissionais e práticas esportivas. Entretanto, as atuais tendências são de formar o oficial em um tempo mais curto (no máximo 02 anos), exigindo, em contrapartida, o nível superior como pré-requisito obrigatório para o ingresso dos cadetes. Após formado, o Aspirante-a-oficial passará por um estágio de 06 meses, normalmente, e seguirá sua carreira de oficial combatente, a saber: 2º tenente> 1º tenente> capitão> major> tenente-coronel> coronel (não há general nas forças auxiliares, que é posto privativo do Exército Brasileiro.


http://www.youtube.com/watch?v=jJxU0hFrTV0