terça-feira, 23 de setembro de 2014

EMPRESA DOA PARA A BM 300 TRAJES ROBOCOP

ZH 23/09/2014 | 16h51

Dois meses após a Copa. Polícia gaúcha, que havia comprado apenas as ombreiras, recebeu as outras cinco partes do equipamento, avaliado em R$ 440 mil


por Mauricio Tonetto




Policiais gaúchos desfilaram no dia 20 de setembro com as novas armaduras Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS


Parados em um estoque do CTTE – Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais –, em Porto Alegre, 300 trajes do exoesqueleto que lembra a armadura do ciborgue Robocop foram doados pela empresa gaúcha à Brigada Militar neste mês. A corporação havia adquirido apenas as ombreiras do equipamento, que é composto ainda por dorso (peitoral e costas), antebraço e braço, luva e protetores de quadril, coxa, canela, peito de pé e panturrilha. O valor da doação chega a R$ 440 mil.

Em todo o Brasil, 3,7 mil trajes haviam sido prometidos pela Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos (Sesge) para reforçar a proteção de policiais na Copa em 15 cidades, mas não foram entregues. A Sesge alegou que a CTTE, vencedora da licitação, descumpriu o prazo e não destinou o material até o dia 10 de junho. A empresa alega que os exoesqueletos ficaram retidos pela Receita Federal.

No dia 20 de setembro, policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) marcharam vestidos de Robocop no desfile da Revolução Farroupilha em Porto Alegre. A partir de agora, a Brigada utilizará o traje quando necessário, principalmente em cenários de grande possibilidade de conflitos.


Conforme o dono da CTTE, a empresa teve um prejuízo pequeno, pois compensou o lucro obtido em outros contratos de venda com o governo. Marcos Vinicius Souza de Souza ressalta que os exoesqueletos, que só podem ser comprados por meio de licitação, perderiam utilidade no estoque e dificilmente seriam adquiridos nos próximos anos:

– Quis dar um destino para o material. Tive um prejuízo, só que outros contratos públicos compensaram. Vencemos quatro processos licitatórios e em apenas um deu problema, porque a Receita Federal demorou para nacionalizar o que trouxemos da China.


Policiais do BOE usando o traje (Crédito: Ronaldo Bernardi / Agência RBS)


Armaduras de primeira

Conforme o diretor do Departamento de Logística e Patrimônio (DLP) da Brigada Militar, coronel Worney Mendonça, os exoesqueletos são "de primeira". Ele explica que é normal a polícia receber doações de empresas:


– A CTTE nos ofereceu, como tantas outras empresas fazem. A Brigada só está sendo beneficiada, é um material bom, de primeira. Nossos recursos só alcançavam as ombreiras, agora estamos no procedimento de torná-lo patrimônio da corporação para ser usado pelo BOE.



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

BRIGADA PREPARA AS PROMOÇÕES

O SUL. Porto Alegre, Domingo, 14 de Setembro de 2014.



WANDERLEY SOARES



Mesmo sob critérios contestados judicialmente, a transversalidade brigadiana do governo não sofrerá solução de continuidade.



Com dinamismo de final de ano e de governo, vésperas de eleições e de Natal, a Brigada Militar está com uma edição do CAAPM (Curso Avançado de Administração Policial Militar) em andamento e já com a realização da seleção de capitães para a próxima edição que será realizada ainda este ano. As edições do curso estão em ritmo frenético com aulas nos turnos da manhã, tarde e noite, tudo para cumprir os prazos exigidos pela lei transversal de promoções brigadianas e levar os mais destacados capitães ao posto de major


Interessante sobre o tema é que há uma ação direta de inconstitucionalidade em grau de recurso no Tribunal de Justiça do RS em que a Associação dos Oficiais, através do advogado Gabriel Pauli Fadel, venceu em primeira instância com um posicionamento uníssono dos desembargadores, confirmando a pessoalidade dos critérios adotados naquela lei. Ao que se demonstra nos bastidores brigadianos, a corporação e o governo irão realizar as promoções previstas para novembro dentro dos critérios do mesmo diploma, mesmo que eivados de pessoalidade, segundo o que foi apontado pelo Judiciário



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

HOSPITAIS PODEM PARAR DE ATENDER PELO IPE



JORNAL DO COMÉRCIO 12/09/2014


Hospitais podem parar de atender pelo IPE a partir desta sexta-feira


Suzy Scarton



FREDY VIEIRA/JC

Matos diz que os hospitais podem suspender atendimento ao IPE

Uma vez que os esforços para travar uma relação harmônica entre a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e o Instituto de Previdência do Estado (IPE) não têm dado resultado, os hospitais resolveram dar um basta. Nesta sexta-feira, uma reunião na sede da federação deve deliberar, inclusive, sobre a paralisação aos atendimentos eletivos do convênio.

O presidente da Federação das Santas Casas do Rio Grande do Sul, Julio Dornelles de Matos, garantiu que caminhos diversos foram trabalhados para alcançar um acordo. “Notificamos sobre essas questões no ano passado e, após o descumprimento dos prazos estabelecidos pelo próprio IPE, emitimos novo alerta em agosto”, relatou. Para Matos, o instituto segue protelando a questão, sem dar sinais de que irá resolvê-la. O novo prazo terminou na quinta-feira.

Conforme Matos, o IPE não reajusta as tabelas de valores desde 2011, acumulando pendências com os hospitais. Nem mesmo a inflação do período foi reposta. “Existe uma defasagem muito grande entre custo e receita”, explicou.

Uma diária de quarto privativo, por exemplo, custa ao hospital R$ 334,00. O IPE paga apenas R$ 134,00. A diária em um semiprivativo custa R$ 296,00, e o convênio devolve ao hospital R$ 71,00. Já a internação na UTI custa R$ 1.277,00 e o IPE repassa R$ 381,00.

Além disso, há uma insatisfação da federação com a apresentação das glosas, uma vez que, mensalmente, os hospitais devem expor os faturamentos com o IPE para que os procedimentos possam ser aplicados. Entretanto, desde 2010, o instituto não possibilita que os hospitais apresentem as glosas calculadas. “O total de glosas de 2010 até hoje já passa dos R$ 123 milhões. Pedimos a abertura imediata do sistema”, afirmou Matos.

Há, também, reclamações quanto à forma de remuneração pelo uso de medicamentos de uso restrito aos hospitais e à adoção de uma tabela nacional de honorários médicos CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos). “A tabela está desatualizada e não acompanha os avanços da medicina. Alguns procedimentos novos não são oferecidos aos pacientes porque não estão presentes na tabela”, alertou. A promessa de atualização da tabela ficou para dezembro. “Não confiamos. Eles nos respondem com evasivas que mostram a intenção de empurrar o problema.”