Polêmica da proibição da avalanche na Arena faz Odone e BM trocarem farpas. Presidente do Grêmio e coronel da Brigada divergem sobre lei que exige cadeiras na Geral
Divergência entre gestores da Arena e autoridades é sobre a utilização de cadeiras no setor da Geral Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
Adriano de Carvalho
O presidente do Grêmio, Paulo Odone, que acompanhou a visita de Fábio Koff nesta quarta-feira na Arena, provocou os Bombeiros e a Brigada Militar (BM), que proibiram a realização da avalanche na área da Geral no novo estádio:
— Querem nos "passar um cachorro" justificando com norma técnica. Eu desafio o comandante da Brigada a provar que essa regra existe. A única é a da Fifa, que não é nossa realidade. Não existe isso no Brasil. Espero que tenham a sensibilidade para não fazer essa violência contra o futebol. Nós recebemos todas as reivindicações. Só não tem salão de baile para a BM aqui na Arena, o resto tem.
O coronel Alfeu Freitas, responsável pelo policiamento da BM, sustenta a existência de legislação que embasa a exigência de 100% de cadeiras no estádio. O oficial cogita até a realização de uma entrevista com a imprensa para dirimir dúvidas. E alfineta Odone:
— Ele fala o que quiser. Se ele acha que a Brigada quer aparecer, que é salão de baile, é a opinião dele como deputado estadual e presidente do Grêmio. Não posso ficar discutindo a opinião dele. A minha preocupação é prestar um bom serviço. Enquanto eu estiver com a lei, nenhuma frase me abate. Entra por um ouvido e sai pelo outro.
Na tarde desta quarta-feira, BM e Bombeiros farão uma vistoria para avaliar as condições da Arena para a inauguração. A nove dias da abertura, marcada pelo amistoso contra o Hamburgo, os gestores do estádio precisarão entregar mais de dez alvarás, que dizem respeito ao combate de incêndios, licenças ambientais, de segurança e de vigilância sanitária, às autoridades.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Os clubes de futebol pagam milhões mensal para manter um joagor de futebol, que paguem pela segurança interna e atividade privada de defesa de sinistros. A BM não deveria se envolver nestas questões privadas afetas aos engenheiros e direção do Clube. Chega de tapar furos por migalhas, politicalha e outros interesses contrário ao interesse público. Na BM, o segmento policial deveria se precupar apenas com a segurança externa, e o de bombeiros cumprir as tarefas que lhe são pertinentes para a segurança do Estádio. É a mesma posição que adotei no Estádio Beira-Rio onde a BM passou por cima e avalizou os dirigentes diante de uma ação do MP. A FIFA quer assim, portanto que a BM comece a se adaptar e deixe as responsabilidades para quem de direito. Respeitando sempre o contraditório. (Nota: comentário editado diante do alerta do Cel Afonso abaixo)
Alberto Afonso Landa Camargo - Embora
concordando com o Bengo no que diz respeito à participação da BM dentro
dos campos de futebol, ressalve-se que este tema da segurança se refere
aos bombeiros independente de ser o local privado ou não.
No presente
caso a participação dos bombeiros
é requerida porque o local, apesar de privado, é de acesso público,
impondo-se a participação da BM na análise de todos os fatores que
possam representar risco. Ainda mais quando, nestes casos, há flagrante
omissão do poder público municipal, que deveria ser mais diligente
nestas fiscalizações e não o faz porque as perdas políticas impedem. É a
política e os interesses pessoais colocados acima da segurança das
pessoas que frequentam espaços privados de acesso público e mesmo
espaços públicos.
A
BM agiu corretamente ao emitir os laudos. Quem não estiver satisfeito
com eles que recorra à justiça para que outra perícia possa demonstrar,
se for o caso, o contrário.
Bravatas
e falta de educação sempre foram marcas registradas deste Odone, que
tem como prática o deboche e a ofensa no sentido de mudar o foco da
discussão na tentativa de conduzi-la de forma que lhe favoreça. Minha
sugestão é que não nos preocupemos, e a BM muito menos, com os
argumentos do Odone que visam desviar a atenção e que o foco seja
mantido nos laudos técnicos, frizando-se, inclusive, que as bravatas e a
má educação do Odone não serão discutidas, mas unicamente os laudos.
Não
é a BM que tem que demonstrar que os fundamentos em que se baseou
existem, até por que isto, certamente, está suficientemente demonstrado
nos laudos; é o Odone que tem que demonstrar que os laudos não estão
corretos. Não invertamos esta lógica porque isto é que o Odone quer...
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