sábado, 16 de fevereiro de 2013

POLÊMICA EM PEDIDOS PELO FUNREBOM















ZERO HORA 16 de fevereiro de 2013 | N° 17345

Polêmica em pedidos de bombeiros

A lista de pedidos que os bombeiros fizeram em 2012 ao Fundo de Reequipamento do Corpo de Bombeiros de Santa Maria (Funrebom) demonstra algumas das prioridades da corporação na cidade. Dos R$ 899,9 mil solicitados, R$ 132,9 mil se destinavam à montagem de uma academia para a tropa (R$ 51,9 mil), um carro novo do comandante (R$ 70 mil) e duas máquinas de café (R$ 11 mil). Bancado pela comunidade, o Funrebom foi criado para ajudar a equipar os bombeiros. Os pedidos foram rejeitados pelo conselho do Funrebom em abril do ano passado. O mesmo conselho aceitou pagar por itens como 120 capacetes de combate a incêndio de alta resistência (R$ 42 mil) e 50 conjuntos completos de combate ao fogo, a R$ 140 mil.

O comandante regional dos bombeiros, tenente-coronel Moises da Silva Fuchs, argumenta que os bombeiros precisam ficar acordados em escalas de plantão de 24 horas, razão pela qual as cafeteiras foram pedidas. Em vez de um PM fazer o serviço – colocar pó e água em uma cafeteira comum –, as máquinas de café expresso do tipo comercial atenderiam o quadro e visitantes a qualquer hora:

– Hoje são os servidores que pagam o café.

O pedido de recursos para a instalação de uma academia colocaria Santa Maria em posição privilegiada no Estado. A maioria das unidades dispõe de poucos equipamentos. Segundo o oficial, em Santa Maria, os bombeiros têm de se matricular em academias privadas, pagando de seu próprio bolso.

– Imagina descer as escadas com equipamentos e uma pessoa nos ombros? São mais de 120 quilos no mínimo. Preparo físico é essencial – comenta.

A lista de equipamentos para a academia, pedidos pelos bombeiros e negados pelo Funrebon, tem três páginas e 20 itens detalhados. ZH pediu uma análise a Rogério Menegassi, presidente da Associação das Academias do Estado do Rio Grande do Sul (Acad-RS). Para ele, os equipamentos são compatíveis com o reforço muscular exigido.

– Se o bombeiro não tiver um bom condicionamento físico, talvez não consiga executar o trabalho dele.

Apesar disso, Menegassi avalia que os aparelhos parecem de uma linha mais residencial. Fuchs pondera:

– São os menores valores que encontramos. E só colocamos no pedido porque hoje não falta nada em termos de EPI (Equipamento de Proteção Individual).

O oficial também defendeu o pedido de um carro novo, com direção hidráulica e ar-condicionado, no valor de dois populares. Ele hoje tem um Vectra, 1997, repassado pelo policiamento ostensivo da Capital.

– Os reparos têm custo alto e já ficamos na estrada mais de uma vez – ressalta.

Apesar de o carro velho dar trabalho, o CRB de Santa Maria não foge à regra. Em outros comandos, o veículo usado pelo comandante é antigo ou sequer é disponibilizado pela Brigada Militar. A maioria usa carros administrativos, de menor valor.


O FUNREBOM

- O Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar (Funrebom) é instituído pelos municípios.

- Ele destina recursos para reequipamento, aprimoramento profissional, aquisição de material, realização de estudos e vistoria em planos e sistemas técnicos de prevenção e combate a incêndio, construção e conservação de instalações do Corpo de Bombeiros.

- Os recursos vêm de receitas de taxas de exames de planos e projetos de segurança contra incêndio, vistorias ou inspeções dos sistemas de segurança, auxílios, subvenções, doações ao Corpo de Bombeiros, multas e do orçamento.




Um comentário:

  1. Sem entrar no mérito dos "pedidos" rejeitados pelo Conselho do FUNREBOM, pergunto: Desde quando esse fundo é bancado pela comunidade??? Toda a receita, exceção ao repasse de dotação orçamentária da Prefeitura Municipal de Santa Maria (duvido que haja), é oriunda do esforço intelectual e físico dos integrantes do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar com sede naquele município.

    http://www.santamaria.rs.gov.br/docs/noticia/2013/02/D08-448.pdf

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