sábado, 21 de setembro de 2013

VINTE DE SETEMBRO X 18 DE NOVEMBRO






Otomar König

Muito já se disse e historiadores afirmam que a história do Rio Grande do Sul e da Brigada Militar se confundem. Portanto, escolhemos o 20 de setembro, data magna rio-grandense, para divulgar estas idéias.

Somos incluso na Brigada Militar, em 20 de fevereiro de 1967, pouco antes de vigorar o Decreto-lei 667, que impôs a missão de policiamento ostensivo, a grosso modo, às Polícias-Militares do Brasil. 

Fatos: incluímos no CIM, cursamos o CFO na EsFAQ e fomos declarados Aspirantes-a-oficial na APM (18 Nov 70 ). Em curso, vivemos um período de muitas transformações institucionais. Eram poucos os brigadianos (oficiais e praças) com conhecimento profundo das atividades de polícia. Os que mais conheciam eram os oriundos da "Guarda Civil" e os que foram se aperfeiçoar fora do Brasil.

De saída, os brigadianos tiveram muita vontade e pouca experiência. Mas aprenderam e aprendemos com os exemplos positivos que nos cercavam. E a afirmação da Brigada Militar ajudou a arejar a mentalidade de polícia-militar no âmbito nacional, como acontece sempre que um novo conhecimento passa a vigorar.

Muito cedo, meados da década de 1970, o trabalho brigadiano chamou a atenção fora do Estado. Até, aproximadamente, vinte anos próximos passados, ser da Brigada Militar/gaúcho era: considerado, prestigiado; e a instituição servia de paradigma. Outros policiais-militares olhavam para cá com admiração: por nossa instrução/ensino; por nossa técnica; por nossa eficiência ( no período revolucionário sempre fomos comandados por brigadianos). E também fomos admirados por nosso orgulho disso tudo. Mas nessas duas décadas alguma coisa mudou nosso ânimo. Hoje, sentimo-nos em uma espécie de decadência ( a PM mais mal paga do Brasil) que não conseguimos reverter.

Certo que há problemas bem reais (falta de pessoal e meios). Mas também tem muita coisa boa acontecendo na Brigada Militar/ Rio Grande do Sul. Pensamos que para além da realidade objetiva, o decantado orgulho brigadiano/gaúcho (sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra) deu lugar a um baixo-astral que se manifesta especialmente no grupo dirigente e acaba contaminando toda a tropa. Surgiu uma mania coletiva de falar mal de nos mesmos, que só piora nossa situação.

Temos certeza que todos querem e precisam muito que a Corporação "dê certo". Cada um a seu modo esta empenhado pessoal e coletivamente em fazer a sua parte. Pensamos que a dificuldade esta em nos despir das vaidades pessoais e tomar em consideração a voz dos outros. 

Como aprendemos a muitos anos passados, durante as aulas do "Programa da Qualidade", quanto mais gente entrar na conversa melhor. É importante estabelecermos um conjunto bem definido de metas e atitudes possíveis para serem divulgadas, instaladas e medidas. Para não ficar só na tese, sugerimos uma das metas: prioridade total para educação/instrução (fazer com que o próximo Curso de Formação de Oficiais, independentemente de nome, seja o melhor curso da história da BM). Propomos, também, uma atividade: reconhecer, valorizar e divulgar o que é bem feito na polícia/sociedade.

Não devemos abrir mão do nosso senso crítico e nem seria saudável. Mas pensamos que é chegada a hora de uma reação pró-ativa em todos os setores (temos o dever sagrado de aumentando conservar). "Fazer mais, melhor e diferente - surpreender."

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA: "Temos o dever sagrado de aumentando conservar" * é uma frase digna de estar estampada como lema a seguir por todo brigadiano, seja da ativa que tem a condução da corporação nas mãos, como os da reserva e reformados que passaram por ela, mas têm o desver de estar vigilante, solidário e pronto para colaborar. Conservar o que foi feito pelos antecessores, vultos históricos e ícones da gloriosa Brigada Militar (Toda glória do passado*), acrescendo inovações, preparando a tropa para os novos tempos, estabelecendo as estratégias para as novas tendências e se preparando para conter as ameaças e alavancar as oportunidades, sanando e fortalecendo os pontos fracos e empregando e blindando os pontos fortes (Já sorri-nos, alvorada, de um porvir mais promissor do futuro da Brigada*).

De um passado guerreiro para uma polícia a serviço do cidadão e da coletividade, a Brigada transformou-se nestes quase duzentos anos de existência, produzindo uma família de heróis, profissionais dedicados, homens e mulheres talentosas, e uma organização que produz qualidade em tudo o que lhe é entregue para fazer. Porém, em contrapartida, o reconhecimento e o valor dado pelos governantes, pelos legisladores e pela justiça do RS desvanece no tempo levados pelos fatores de declínio organizacional e ataques aos pontos fortes. Para garantir a sobrevivência da Brigada Militar nestes tempos conturbados, são necessários uma profunda reflexão sobre as razões da existência da corporação quase bi-centenária; um diagnóstico do cenário de ameaças e oportunidades onde ela está envolvida; a correção dos pontos fracos; e o fortalecimento ainda maior dos pontos fortes, retomando o culto à história, o amor à corporação, a unicidade, o ativismo corporativo, a confiança no comando, a aproximação, a motivação, a integração e a prioridade da função precípua da corporação; não esquecendo dos ensinamentos do hino que acompanhou a formação de todos ("Das refregas de outrora à Brigada, coroada de justos lauréis,  tem por fim garantir a jornada do amanhã de seus filhos fiéis*). 


* Canção da Academia de Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul. Letra e música: Jarbas Prates Chaves

Fonte: http://ultradownloads.com.br/hino-mp3/Cancao-da-Academia-de-Policia-Militar-do-Rio-Grande-do-Sul/#ixzz2fWr9s9OP











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