quinta-feira, 12 de setembro de 2013

BM EXIGE COMPENSAÇÃO PARA FAZER A SEGURANÇA INTERNO NOS ESTÁDIOS DE FUTEBOL

ZERO HORA 12 de setembro de 2013 | N° 17551

FUTEBOL

BM exige compensação
Secretaria da Segurança Pública quer que clubes e federações de futebol arquem com custo de PMs nos estádios do Rio Grande do Sul


Só o custeio por parte dos clubes permitirá que os PMs sigam atuando nos estádios de futebol. O alerta foi feito ontem pelo secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, aos presidentes da dupla Gre-Nal. Em 2012, os gastos com segurança em jogos de futebol chegaram a R$ 8 milhões, um custo que o Estado não quer mais bancar.

– Não há outra alternativa. Precisamos dessa compensação. Mas a saída da Brigada dos estádios não será feita da noite para o dia. Entendemos os clubes – diz Michels.

Até o final do mês, uma planilha com todos os gastos será entregue à Federação Gaúcha de Futebol. Caberá à entidade, segundo Michels, convocar os dirigentes de todos os clubes, e não apenas de Grêmio e Inter, para efetuar a divisão dos valores.

– Não se trata de uma posição intransigente, nem intolerante de nossa parte. Anos atrás, essa medida quase foi adotada de forma unilateral. Agora, estamos negociando – observa o secretário Michels.

Ele acrescenta que, ao deslocar os policiais para os estádios, a Brigada deixa vilas e bairros privados de segurança. Grêmio e Inter temem que o pagamento da segurança force os clubes a elevar o preço dos ingressos. Mas não admitem que a Brigada saia.

– A Brigada Militar é preparada para esse trabalho, e a farda impõe respeito aos torcedores. Além disso, não vejo empresa com qualidade suficiente para substituí-la nos estádios – entende o presidente do Inter, Giovanni Luigi.

– Se já temos problemas com a presença da Brigada Militar, não sei o que será sem os policiais – afirma o presidente do Grêmio, Fábio Koff.

A segurança e a violência nos estádios serão debatidas segunda-feira, 16, em audiência pública na Assembleia Legislativa, promovida pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos do Parlamento, com apoio do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão.



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA
- A própria denominação já diz tudo: segurança pública é público, de interesse público. Os eventos desportivos são privados e arrecadam bilhões em verbas diretas e indiretas, possibilitando os clubes de manterem estruturas luxuosas, negociarem em alto padrão e pagarem salários milionários aos seus atletas e comissão técnica. Não é justo prejudicarem o bem-estar da população desviando recursos da segurança das ruas, quando podem muito bem pagarem pela segurança privada nos seus eventos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário