sábado, 6 de julho de 2013

JUSTIÇA MILITAR ACEITA DENÚNCIA CONTRA OFICIAL

ZERO HORA 06 de julho de 2013 | N° 17483

ARSENAL EM QUARTEL. Comandante de batalhão da Capital foi preso em maio com armas em gabinete


A Justiça Militar acolheu a denúncia contra o tenente-coronel da Brigada Militar Florivaldo Pereira Damasceno. O então comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar, localizado na zona norte de Porto Alegre, foi preso em flagrante na noite de 20 de maio, quando agentes da corregedoria da corporação encontraram um arsenal em seu gabinete.

Pereira foi detido porque não tinha guia de transporte do armamento. No dia seguinte à prisão, a Justiça relaxou a prisão do oficial. As armas, que pertenceriam à viúva de um colecionador, amigo de Pereira, teriam sido transportadas e armazenadas ilegalmente.

Conforme a denúncia do promotor Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, da 1ª Auditoria da Justiça Militar do Estado, o tenente-coronel teria ordenado a dois soldados que fossem à paisana em uma viatura discreta até a casa da mulher, em Novo Hamburgo. Ele não comunicou a remoção do arsenal ao comandante da BM no Vale do Sinos e à Polícia Federal. Como as armas não tinham registro nem documento de origem, são consideradas ilegais.

– Ele sabia que as armas não tinham origem e por isso são oriundas de crime: ou contrabando, ou receptação – afirmou o promotor.

Os dois PMs levaram as armas, acondicionadas em duas caixas, até o gabinete de Pereira, na sede do 20º BPM, no bairro Lindoia.

– Ele recebeu e ocultou armas de origem de crime – disse Azevedo.

A denúncia por prevaricação (crime praticado por funcionário público que deixa de fazer sua função, para beneficiar alguém ou a si próprio) e receptação foi oferecida à Justiça Militar durante a semana e prontamente aceita. Com isso, o tenente-coronel já é réu no processo. Pereira segue afastado, por motivos de saúde, das suas funções da Brigada Militar.

Em depoimento após a prisão, o oficial disse que colocou as armas em um armário aberto e chamou um soldado para inserir o recebimento delas no sistema, mas um sargento do serviço de inteligência sugeriu que deixasse para o dia seguinte para entregar à PF, e não expor o material, temendo ser alvo de ação de delinquentes. Pediu a outro PM uma fita nova para colocar em uma filmadora e registrar o recebimento do material, quando chegou o corregedor-geral da Brigada. Segundo ele, a ação não foi às escondidas.


O ARMAMENTO
- Um fuzil .30
- Duas carabinas calibre 38
- Duas carabinas calibre 22
- Uma arma de pressão calibre 4.5
- Uma pistola 9 mm
- Um revólver 38
- Um revólver 32
- Um cano de 765
- 12 carregadores de pistola
- 4.260 cartuchos

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