domingo, 26 de maio de 2013

HÁ DE COMBATER A DESORDEM E A ANARQUIA

VIA FACEBOOK - 25 de maio de 2013 23:16

Alberto Afonso Landa Camargo 

"Dezenas de rio-grandenses já pagaram com a vida... o mal que não fizeram... E a Brigada Militar é como o bode expiatório das mazelas nacionais. 

Encastelada na sua irredutível lealdade, no seu acendrado espírito de sacrifício, no zeloso empenho pelo cumprimento do dever, no incomparável brio militar dos seus soldados, a milícia rio-grandense aceita, resignada e fiel, sem queixumes nem recriminações, todos os sacrifícios que lhe impõem. 

Lá está ela, em todas as linhas de frente, combatendo heroicamente e derramando o sangue generoso dos seus soldados... mas quem irá para a vanguarda sujeitar-se ao sacrifício? Não está ali a Brigada Gaúcha? 

Pois que vá ela. Os outros chegarão depois da posição tomada, ajudarão a enterrar os mortos, arrolarão o material bélico tomado ao inimigo e passarão, depois, um sentido telegrama de pêsames... É polícia! Só serve para morrer!... 

Depois da vitória assegurada,... os senhores do dia não cessarão de cogitar da dissolução das polícias estaduais... como tropas malsinadas... 

Ainda teremos mais vítimas... porque a Brigada Militar, fiel a sua tradição de severa obediência... enquanto não tombar seu último soldado, há de combater a desordem e a anarquia, com que maus brasileiros estão promovendo a desgraça da Pátria."


Estas palavras são trechos do discurso proferido pelo Tenente-coronel da Brigada Militar Antero Marcelino da Silva Júnior, quando foi enterrado, em 2 de agosto de 1932, o corpo do Coronel Aparício Gonçalves Borges, morto em combate, no Buri, em São Paulo, durante a revolução de 1930.

Substituam, respectivamente, as expressões RIO-GRANDENSES e BRIGADA MILITAR por POLICIAIS MILITARES e POLÍCIAS MILITARES e verão quão proféticas foram estas palavras para demonstrar o sacrifício de homens e mulheres e, porque não, de suas famílias, ainda hoje...

NOTA: 

Rua Cel. Aparício Borges

Aparício Gonçalves Borges.

Natural de Restinga Seca, então distrito de Cachoeira, onde nasceu em 26/8/1893, era filho natural do Cel. Horácio Gonçalves Borges, que foi intendente de Cachoeira e também denomina rua na cidade. Aparício Borges faleceu em combate no dia 27/7/1932 e deixou seis filhos, já órfãos da mãe Antonieta: Arthur, Geraldo, Horácio, Horalda, Norma e Regina.

Ingressou na Brigada Militar em 1911. Em 1913 já era alferes. De 1916 a 1918, comandou o piquete da Chefatura de Polícia, em Porto Alegre. Durante a Revolução de 1923, no 1º Regimento de Cavalaria, lutou contra os revolucionários, sendo promovido a tenente pela bravura demonstrada. Em 1924, seguiu para São Paulo em combate, recebendo promoção a capitão. Nos anos que se seguiram, foi designado para comandar o 1º Batalhão de Infantaria da Brigada Militar, para adjunto da Assistência do Material e para organizar o 3º Batalhão de Infantaria da Reserva. Morto no combate de Buri, em São Paulo, durante a Revolução de 1932, recebeu honras militares.

Mirian Ritzel

Nenhum comentário:

Postar um comentário