quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A PENÚRIA DO POLICIAL




Ao ler o Editorial de Zero Hora n° 17272 do dia 03 de dezembro de 2012, tive a vontade de me mandar para Sbórnia, Canadá, Inglaterra ou outro país, onde o agente policial e as Forças Policiais são valorizadas e fortalecidas dentro do Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil e comprometido com a segurança da população.

O editorial de Zero Hora atribui a "penúria da segurança" de forma equivocada, falaciosa e tendenciosa à "política de reajustes do governo posta em prática este ano privilegia de forma indiscriminada também quem já percebia remuneração bem acima da média e que terá correções automáticas até 2018."

Ora, a visão do responsável pelo Editorial é tão míope que não consegue enxergar que o tal "reajuste" é previsto aos Oficiais da Brigada Militar e Delegados da Polícia Civil , gestores de nível superior da segurança pública, para daqui a 6 anos, e quando estes cargos superiores que administram forças policiais estaduais que contam com um grande número de policiais e são responsáveis pela segurança da população gaúcha chegarem a perceber uma única moeda, esta vai valer bem MENOS de uma terça parte do que estarão pagando aos escalões superiores dos outros instrumentos do Sistema de Justiça Criminal.

O editorial só vem a corroborar com aqueles que querem uma polícia fraca, desmotivada e inoperante e que usam justificativas como esta para aumentar ainda mais a "penúria da segurança" desvalorizando os agentes, as pessoas dos policiais, sejam eles chefes ou executores, deixando-as inseguras financeiramente, discriminadas em relação a outros cargos do sistema e desprovidas de potencial, emoções e condições de trabalho.

Desta forma, ao desvalorizar os gestores das forças policiais polícia atribuindo ganhos não recebidos e previstos para sem pagos em outro mandado governamental quando certamente se manterá o abismo salarial dentro do Sistema de Justiça Criminal, o Editorial dá uma falta causa da penúria., É uma pena já que os Editores de Zero Hora sempre enalteceram a necessidade de melhorar a segurança pública no RS e no Brasil.

A "penúria da segurança" tem origem na penúria dos policiais que arriscam a vida em jornadas estressantes e perigosas para atender o clamor popular por segurança, enfrentando facções com armas de guerra e poder financeiro e vendo seus esforços sendo inutilizados por uma justiça distante e morosa e por leis que beneficiam a bandidagem, deixando-os sem controle e ociosos nos presídios e  livres nas ruas para roubar, assaltar e matar. Os investimentos em recursos materiais deveriam ser secundários, já que a pessoa do policial é muito mais importante e onde os investimentos deveriam ser prioritários. Os cargos máximos das polícias civil e militar deveriam receber salários próximos ao teto do Estado e os policiais executores um piso justo, digno e não tão distante de seus superiores ou de outros cargos auxiliares e de execução do Judiciário, Legislativo e Executivo. Ou a harmonia entre os Poderes é apenas uma palavra na constituição?

 Não é a toa que população vem perdendo a sua referência e proteção.

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