sábado, 7 de dezembro de 2013

SEM EFETIVO PARA VIDEOMONITORAMENTO

FATO NOVO, Pelo Vale - Sexta-Feira, 22 de Novembro de 2013 - Hora:19:14

Guilherme Baptista

Comandante regional diz: “Brigada não tem efetivo para o videomonitoramento”. Alto custo para manutenção é outra dificuldade


Coronel Mantovani lembra a situação das câmeras do litoral, onde apenas 30% funcionam

Os constantes assaltos no Vale do Caí, principalmente envolvendo criminosos do Vale do Sinos, provocaram a retomada das discussões sobre a necessidade do videomonitoramento. A migração da criminalidade, de outras regiões que possuem o videomonitoramento, fazendo os bandidos procurarem a nossa região, fez com que a cobrança do uso de câmeras aumentasse sobre as autoridades.

O tema é antigo. A Brigada Militar chegou a elaborar um projeto regional, abrangendo todo o Vale do Caí, com a instalação de 136 câmeras em vinte cidades, num investimento estimado em torno de R$ 15 milhões. Os prefeitos se mobilizaram para conseguir recursos junto ao Governo Federal, mas mesmo com o projeto sendo cadastrado a verba nunca foi liberada. Alguns municípios chegaram a partir para projetos próprios, mais simples. Em Pareci Novo, por exemplo, algumas câmeras já funcionam perto dos bancos desde 2008. Na Feliz uma filmadora também está em teste, no centro. Equipamentos já foram testados em outras cidades.

O comandante regional da Brigada Militar, tenente-coronel Leodimar Aldo Mantovani, defende um sistema integrado regional, que monitore não só as ruas das cidades, em pontos estratégicos, também entradas e saídas dos municípios. “Seria uma barreira digital, numa rede de proteção”, destaca. Entretanto, além do custo dos equipamentos, como filmadoras, monitores, cabos de fibra ótica e outros materiais, o comandante do CRPO Vale do Caí lembra a necessidade de investir na manutenção. “O custo operacional é bastante elevado”, alerta. Ele ressalta a situação das câmeras do litoral norte gaúcho, que instalou um sistema semelhante ao projetado para o Vale do Caí. Com o investimento de R$ 12 milhões, foram instaladas 156 câmeras, mas atualmente apenas 30% delas estariam funcionando. “O videomonitoramento é uma ferramenta poderosa no combate a criminalidade, tanto na prevenção, inibindo a ação dos criminosos, como na investigação para a elucidação dos crimes. Mas é preciso que os equipamentos sejam de boa qualidade e tenham a devida manutenção”, salienta Mantovani.

Outro alerta do comandante regional da Brigada é quanto à necessidade de policiais qualificados para monitorar as câmeras 24 horas por dia. “Hoje não temos efetivo para isso. Teríamos que ter mais brigadianos, que devem passar por treinamento”, ressalta. Através de convênio entre os municípios e a Secretaria de Segurança do Estado, a Brigada deverá ser a responsável por monitorar as ruas. Para isso, Mantovani cita que são necessários mais policiais, tanto para a sala onde ficarão os monitores, como para o pronto atendimento nas ocorrências. “É preciso fazer um debate amplo com a comunidade para ver como vai funcionar, evitando que se invista recursos públicos em algo que depois não funcione”, conclui o tenente-coronel Leodimar Mantovani.

3 comentários:

  1. Basta porem em pratica o projeto lei, retorno a ativa policiais acidentados em serviço, visto em reunião com o comando da BM em 2013. Eu mesmo e vários outros colegas estamos aptos pra esta atividade.
    Sd reformado Domingues

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  3. PROJETO READAPTA À ATIVA POLICIAIS ACIDENTADOS EM SERVIÇO



    ZERO HORA 11 de abril de 2013 | N° 17399

    DE VOLTA À ATIVA

    Reforço na tropa da BM e na autoestima. Projeto de lei readapta ao trabalho policiais militares acidentados em serviço


    No círculo formado na tarde de ontem por mesas e assentos no refeitório do Quartel-general da Brigada Militar, em Porto Alegre, havia um contraste entre oficiais fardados, de um lado, e policiais em trajes civis portando muletas ou sentados em cadeiras de rodas, de outro. No grupo de 16 PMs acidentados, boa parte se surpreendeu com o que o comandante-geral, coronel Fábio Duarte Fernandes, anunciou, pouco depois das 17h: o envio de um projeto de lei à Assembleia Legislativa para readaptar os servidores ao serviço e devolver-lhes a autoestima, tragada por um sentimento de abandono pela corporação.

    Um por um, os acidentados presentes à reunião convocada pelo comando da BM se apresentaram. Acomodado em sua cadeira de rodas, um sargento de 60 anos repetiu o padrão das falas anteriores:

    – Sargento José Carlos Gomes. Acidentado em 1987, atingido por arma de fogo, com lesão medular. Reformado como segundo-tenente.

    Gomes lembra que sua vida mudou na noite em que um homem armado ameaçava matar a mulher, no bairro Jardim Lindoia. Ao tentar negociar com ele, Gomes levou um tiro que atravessou o mamilo direito e atingiu a medula. Nunca mais caminhou.

    Retorno ao serviço pode engordar ganhos de PMs

    Com a reforma, o PM perde adicionais. O sargento Pedro Paulo de Oliveira, 51 anos, caiu de uma escada em 1994. Sua coluna se tornou um emaranhado de parafusos. No entanto, seguiu em serviço porque se fosse reformado “as condições financeiras virariam nada”. O comandante-geral aponta que haverá 50 vagas para os acidentados, a maioria em setores burocráticos e de monitoramento eletrônico, o que permitiria deslocar PMs dessas posições para as ruas. A seleção será feita por uma junta médica.

    Associações de policiais acidentados estimam haver entre 800 e 900 agentes nessa situação no Estado, muitos deles ainda na ativa. Fora de serviço, haveria cerca de 350 reformados e entre 60 e 70 inválidos – que não podem ter atividade alguma. A medida é vista com esperança de se recuperar o orgulho e aumentar os ganhos – promoções, horas extras e demais adicionais do profissional da ativa. Emocionado, o sargento Oliveira tomou a palavra na reunião e expôs as dificuldades enfrentadas pelo grupo:

    – Temos condições de dar o melhor para a BM, mas não éramos vistos.

    Sentada ao seu lado, a filha Paola, 10 anos, olhou para o pai, orgulhosa.

    É isto que queremos, ser úteis de alguma forma e resgatando assim,nossa alta estima...

    Alexandre Domingues

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