quinta-feira, 28 de agosto de 2014

VIATURAS QUEIMADAS SEM CULPADOS



ZH 28 de agosto de 2014 | N° 17905


CARLOS ISMAEL MOREIRA


VIATURAS QUEIMADAS. 
BM encerra inquérito sem apontar culpados. EM FEVEREIRO, PICAPES novas foram destruídas dentro do pátio da Academia de Polícia na Capital


A Brigada Militar concluiu inquérito que investigava o incêndio de 10 viaturas da corporação no início deste ano, em Porto Alegre. Passados seis meses de apuração, foram identificados indícios de crime, mas ninguém foi responsabilizado.

O atentado ocorreu no dia 24 de fevereiro, no pátio da Academia de Polícia Militar. O fogo atingiu 10 picapes Nissan Frontier, zero-quilômetro, que seriam designadas para patrulhamento na fronteira com Uruguai e Argentina. Dos veículos que foram queimados, seis tiveram perda total, e o restante sofreu danos.

A Corregedoria entregou ontem o inquérito ao comando da Brigada Militar, informando que o fogo teria sido causado por fatores externos, o que elimina a possibilidade de que as chamas tenham sido provocadas por pane elétrica, por exemplo. O documento, contudo, não traz identificação de possíveis culpados.

INCÊNDIO ACIDENTAL JÁ HAVIA SIDO DESCARTADO

A hipótese de incêndio acidental já havia sido afastada em maio. Após analisarem o local em que as viaturas estavam estacionadas, peritos concluíram que o fogo não foi causado por um artefato lançado da rua (coquetel molotov, por exemplo). Ele irrompeu dentro do veículo – ou foi ateado. Provavelmente, começou na parte dos bancos, no estofamento, e dali se propagou. Havia a probabilidade de que alguém tivesse aberto a porta de uma picape e colocado fogo, já que os vidros do veículo estavam abertos.

Essas conclusões reforçavam os indícios de que o incendiário seria alguém com acesso interno à academia – da própria BM ou de fora. O local é vulnerável por se tratar de terreno cheio de árvores, com muros não muito altos, o que pode facilitar invasões, embora os investigadores considerassem improvável essa hipótese.

Em maio, a cúpula da BM dava como certo algum indiciamento, mesmo sem identificação de autoria, nem que fosse por negligência. Ontem, o comando-geral da corporação não quis se manifestar. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública informou que o órgão também não se pronunciará sobre o caso.

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