sexta-feira, 29 de novembro de 2013

OFICIAIS BOMBEIROS PEDEM APOIO DO PRESIDENTE DA AL-RS


Rodrigo Dutra 


No dia de ontem um grupo de Oficiais do Corpo de Bombeiros foi convidado a uma agenda com o Presidente da ALRS com a finalidade, dentre outros assuntos, de tratar da nova Lei de Prevenção contra incêndios, a qual já se encontra na pauta de votação daquela casa e ainda apresenta alguns pontos controversos.

Na esteira dessa conversa foi, como não poderia deixar de ser, suscitado pelo Presidente da ALRS o assunto relativo à PEC 229/2013, que cria o Corpo de Bombeiros Militar do RS, nos moldes do comando dado pelo Artigo 144, V, da CF/88, aliás, modelo adotado pelo país a partir daquela nova carta constitucional.

Inobstante as opiniões ou preferências individuais, é fato plenamente conhecido e comprovado que o modelo de gestão do Corpo de Bombeiros adotado no RS está superado...não funciona (ou funciona mal) nos níveis de política e de estratégia institucional, embora seja muito efetivo nos níveis de execução.

Hoje (ano de 2013, conforme a LOA) no atual modelo, a Brigada Militar ocupa, PARA INVESTIMENTO, cerca de 18% do orçamento destinado à SSP. Bem, apenas para comparar, a Polícia Civil, que tem 1/4 do tamanho da BM, ocupa 9% do mesmo orçamento (SSP) e a SUSEPE tem previsto cerca de 42% de tal previsão orçamentária.

O que ocorre, na prática, é que a BM acaba perdendo duplamente pois, apesar de ser uma instituição POLICIAL, ainda arca com a responsabilidade sobre os serviços de proteção contra sinistros, porém, não recebe uma parcela do orçamento especificamente destinada à gestão desse serviço, que, aliás, não passa nem perto de ser especialidade de polícia.

No final o que resta é um recurso insuficiente tanto para a adequada gestão dos INVESTIMENTOS na atividade policial mas, ainda de muito maior deficiência para a gestão dos investimentos na proteção contra sinistros (pois, além de não ser o "nosso negócio", o Comandante do CB não é gestor orçamentário).

A simples criação de um UNIDADE ORÇAMENTÁRIA PRÓPRIA do CB (que é de iniciativa do Poder Executivo) minimizaria enormemente o problema, e mais, permitiria à BM, no decurso de tempo, ampliar sua participação nas fatias do "bolo orçamentário", pois disporia de DUAS Unidades Orçamentarias para "pelear" por recursos, o que hoje não ocorre.

Ratifico que a intenção é a de assegurar melhorias em todo o sistema de proteção contra sinistros do RS, mas de forma efetiva.

A aquisição de algumas viaturas e equipamentos é muito bem-vinda mas não ataca o problema, apenas suas consequências.

Não é mais possível contemplar esse quadro de incapacidade gerencial ao qual o Corpo de Bombeiros da Brigada Militar é submetido há décadas sem que, TODOS, compreendamos perfeitamente os efeitos danosos desse canhestro modelo que, por mero desconhecimento, insistimos em manter em nosso Estado.



PORTAL DA AL-RS - PRESIDÊNCIA - Corpo de Bombeiros da Capital pede apoio em projetos que tramitam na AL - Edição: Letícia Rodrigues - MTE 9373 - Foto: Vinicius Reis

Westphalen garantiu que pedido será encaminhado aos demais parlamentares da Casa

O presidente do Legislativo gaúcho, Pedro Westphalen (PP), recebeu, na manhã dessa quarta-feira (27), a visita do comandante do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, tenente-coronel Adriano Krukoski, e comitiva. O grupo veio pedir apoio do Parlamento para questões referentes ao PLC 155 2013, que trata da legislação de prevenção, proteção e seguranças contra incêndios no RS e a PEC 229 2013, do deputado Pedro Pereira (PSDB), que trata da desvinculação dos Bombeiros da Polícia Militar. Segundo o comandante, a sociedade gaúcha será contemplada com serviços de qualidade, além de assegurar a valorização profissional dos bombeiros militares por meio da conquista de sua verdadeira identidade e resgate da autoestima. Do mesmo modo, a Brigada Militar ficará aliviada do gerenciamento das atividades de bombeiro, focando sua missão constitucional na prevenção de delitos e combate a criminalidade. Krukoski ainda lembrou que os orçamentos serão distribuídos de forma mais equânime entre as forças de segurança e comentou que em apenas quatro estados da Federação os Bombeiros estão incorporados a Polícia: PR, RS, SP e BA.

Westphalen disse que o pedido será encaminhado para conhecimento dos demais parlamentares da Casa. Também estiveram na audiência o chefe do Gabinete Militar da ALRS, tenente-coronel Tito Livio Coelho, e o chefe do Gabinete da Presidência, Vanderlan Frank Carvalho.

© Agência de Notícias

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

MORTES DE BRIGADIANOS FORA DE SERVIÇO AUMENTAM

ZERO HORA 27/11/2013 | 06h05

Mortes de PMs fora de serviço aumentam 15,6% no Estado. Desde janeiro deste ano, 37 policiais morreram durante a folga


Escola onde trabalhava o bigadiano morto por assaltantes na noite de segunda-feira pendurou cartazes de luto e pedindo justiçaFoto: Lauro Alves / Agencia RBS


André Mags



A morte do PM Valdenir Gomes da Silva, na noite de segunda-feira, reforçou o contingente de PMs que tombaram fora de serviço no Rio Grande do Sul. Desde janeiro deste ano, 37 policiais morreram durante a folga — como comparação, ao longo de 2012 houve 32 mortes, conforme os dados da corporação.

Gomes enfrentou pelo menos dois homens que assaltaram uma revenda de gás no bairro Ipanema por volta das 20h30min de segunda-feira — um terceiro aguardava os companheiros em um veículo nas proximidades.

O PM baleou um deles, foi atingido por um tiro disparado por outro e o terceiro fugiu. No fim, os três foram presos pela BM, identificados como Alexander Bispo Nunes, 20 anos, Felipe Bispo Boeira, 19 anos, e Daniel Ferreira de Oliveira, 20 anos.

Chefe do soldado no quartel-general da BM na Capital, o tenente-coronel Almiro Damasio Filho lembrou que Gomes estava cansado do policiamento de rua, depois de 15 anos na corporação. Pediu para integrar o serviço administrativo e foi transferido para o almoxarifado do QG no início deste ano. A mulher dele, com quem tinha um filho de 13 anos, estava grávida de cinco meses.

— Ele era uma pessoa calma, simpática. Todos gostavam muito dele porque era um cara honesto e sincero — descreveu Damasio.

Para o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da BM (Abamf), soldado Leonel Lucas Lima, uma causa do aumento de mortes de PMs de folga se deve à audácia dos bandidos.

Antigamente, disse, os criminosos evitavam agir em locais em que sabiam haver proteção por PMs e costumavam fugir quando havia uma reação das vítimas. Outra causa é o bico. Por causa dos baixos salários, soldados acabam assumindo serviços de segurança para complementar a renda. Se morrem no bico, são consideradas vítimas durante a folga, afirmou Lucas.

O caso está sendo investigado pela delegada Aurea Regina Hoeppel, da 6ª Delegacia da Polícia Civil da Capital. Imagens do ataque foram requeridas para verificar como foi o enfrentamento entre o soldado e os assaltantes.

O trio, que foi identificado por comerciantes da região devido a outros assaltos, permanecia detido ontem no Presídio Central, informou a delegada. Gomes deverá ser sepultado na manhã de hoje em Cacequi, sua terra natal.

Comunidade se revolta com a morte de policial
O soldado Gomes tinha a simpatia dos colegas da BM, dos alunos e funcionários da escola onde residia há mais de 10 anos na zona sul de Porto Alegre e da proprietária da revenda de gás onde ele morreu ao enfrentar os assaltantes. Ontem, a Escola Estadual Paraíba, no bairro Ipanema, ficou fechada, com cartazes, balões e flores anunciando o luto pela morte do PM residente. A revenda fechou as portas à tarde, e uma placa na fachada também informava o luto.

— Nós perdemos um grande amigo da família. Estamos consternados, nos sentindo inúteis, pequeninhos. O bairro Ipanema está desamparado, é uma vergonha — desabafou Zenaide Maria Basegio, dona da revenda.

As famílias do policial e da empresária costumavam passar juntos datas como o Natal. Fazia algum tempo que ele não aparecia na revenda para comprar gás e colocar a conversa em dia. Naquela noite, além de comprar um botijão, Gomes fora dar os pêsames a Zenaide pelas mortes dos dois irmãos dela, ocorridas nos últimos 35 dias.

Ele conversava com o pessoal da empresa, quando a empresária saiu, dirigindo-se a um bar na esquina. Ao retornar, estava tudo terminado. O amigo jazia morto no chão da revenda.

Além de a escola ser a morada da família do PM, o filho dele, Guilherme, estuda na 7ª série escola e, além de bom aluno, se destaca no projeto de badminton da professora Vera Mastrascusa.

Para ela, a reação do soldado foi natural, já que sua função era proteger a vida dos outros. Vera lamentou a perda do "cara bom" que ajudava a dar uma sensação de segurança à escola, depois que voltava do trabalho no QG, à noite:

— Tínhamos uma relação muito boa. A gente viu o Guilherme nascer, acompanhamos boa parte da vida deles. Hoje (ontem), parou tudo aqui.


MORTES DE PMS - Números oficiais da BM

2012
Em serviço - 8
Folga - 32

2013
Em serviço - 3
Folga - 37



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O senso de cumprimento do dever mesmo com o risco da própria vida é uma das virtudes de todo policial militar expresso no seu juramento que acarreta ações no reflexo. O que dizer dos policiais que perdem a vida e a saúde protegendo o privado, no bico, para melhorar o salário no final do mês, vendendo a folga e o tempo de lazer com a família que são momentos essenciais e necessários para manter a harmonia familiar e se recuperar das jornadas estressantes do serviço policial?
O governante que paga mal e incentiva a venda da folga do seu policial é um mau governante, pois não se preocupa com a saúde do seu policial e nem com a prestação eficiente do serviço policial ao cidadão. Depois, quando uma vida é perdida ou cometido qualquer erro, truculência ou intolerância, tira o corpo fora...

BATALHÃO CEL CLAUDINO EM FOTOS











terça-feira, 26 de novembro de 2013

MAIS UM HERÓI BRIGADIANO MORRE AO TENTAR EVITAR ASSALTO




ZERO HORA 26 de novembro de 2013 | N° 17626

PORTO ALEGRE

Policial reage a assalto e é morto por bandidos

À paisana, Valdenir Gomes da Silva feriu um assaltante, mas foi alvejado por outro em revenda de gás



Um policial militar à paisana morreu ao reagir a um assalto, ontem à noite, no bairro Ipanema, zona sul de Porto Alegre. O PM Valdenir Gomes da Silva estava em uma revenda de gás de cozinha quando pelo menos dois homens anunciaram o ataque ao estabelecimento.

À paisana, mas armado, o policial militar teria reagido e baleou um dos criminosos na barriga. Porém, o outro assaltante acertou um tiro no rosto do policial militar, que morreu no local.

Com auxílio de um terceiro suspeito, que os esperava em um Palio na porta do comércio, a dupla conseguiu fugir carregando celulares e carteiras de dois clientes e de um funcionário da revenda de gás.

Vizinhos do local acionaram o 190 e, minutos depois, o Palio foi abordado por PMs do 21º Batalhão de Polícia Militar (21º BPM) na esquina das avenidas Costa Gama com Edgar Pires de Castro, bairro Restinga.

O trio se entregou. Dois deles foram encaminhados à 2ª DPPA, e o terceiro, ferido, foi levado para o HPS, onde permanecia internado até o final da noite de ontem.

Conforme a Brigada Militar, os três homens presos foram identificados como Alexander Bispo Nunes, 20 anos, Felipe Bispo Boeira, 19 anos, e Daniel Ferreira de Oliveira, 20 anos.


Silva tinha 11 anos de serviço

O latrocínio (roubo seguido de morte) ocorreu na Avenida Tramandaí, quase esquina com Rua Dea Coufal.

– Pudemos ver um revólver na cena do crime, provavelmente calibre 38 e pertencente ao policial. Mas só a perícia vai confirmar. Em princípio, trata-se de um assalto – disse a delegada da equipe de volantes, Vandi Lemos.

Conforme a Brigada Militar, o soldado Gomes estava na corporação havia 11 anos e, atualmente, trabalhava em função administrativa – antes, havia atuado no 1º BPM e no Departamento de Patrimônio e Logística da Brigada Militar. Era casado e tinha um filho de 13 anos.

A polícia confirmou apenas no final da noite de ontem a identificação do suspeito baleado e dos dois presos, que estavam sendo autuados em flagrante pelo assalto.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

BONECO BM PENDURADO EM PASSARELA DA BR 116

ZERO HORA 22/11/2013 | 08h29

Boneco vestido de brigadiano é pendurado em passarela da BR-116. Na quinta-feira, servidores de nível médio da corporação não aceitaram as propostas de reajuste salarial e de plano de carreira em assembleia


Foto: Mateus Ferraz / Agencia RBS


Um boneco vestido de brigadiano provocou transtorno no trânsito da BR-116, sentido interior-Capital, na manhã desta sexta-feira em Canoas. Pendurado em uma passarela próxima à Avenid Boqueirão, o boneco desviou a atenção de motoristas que trafegavam no local, provocando lentidão no local.

A possível manifestação, semelhante a realizadas em 2011, que ainda não teve a autoria confirmada, é realizada um dia depois de cerca de mil servidores da Brigada Militar, em uma assembleia geral, decidirem rejeitar as propostas de reajuste salarial e de plano de carreira apresentadas pelo Palácio Piratini.

Inconformados com o rumo das negociações com o governo, os brigadianos também formalizaram o pedido de demissão do comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Fernandes. As decisões da categoria foram registradas em um documento entregue oficialmente à Casa Civil do Piratini.


ZERO HORA

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A BRIGADA MILITAR, BRIGADIANOS E BRIGADIANAS HOMENAGEADOS NO ENART 2013


G1 - 18/11/2013 00h11

Enart marcado por solidariedade é encerrado em Santa Cruz do Sul, RS. CTG Ronda Charrua, de Farroupilha, ganhou o troféu de melhor invernada. Gesto de grupo de Uruguaiana ajudou representantes de Guaíba no evento.

Do G1 RS



DTG Caiboaté se apresenta no Enart, em Santa Cruz do Sul (Foto: Rogério Bastos/divulgação-MTG)

O 28ª Encontro de Arte e Tradição Gaúcha (Enart) foi encerrado na noite deste domingo (17) em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Com o tema "Solidariedade: acenda a chama no seu coração", o evento teve apresentações artísticas e competições entre os centros de tradições gaúchas. A 9ª Região Tradicionalista foi a campeã da Mostra de Arte e Tradição Gaúcha.

Troféu mais cobiçado, o de melhor invernada artística foi entregue ao CTG Ronda Charrua, de Farroupilha, na Serra gaúcha. "É o trabalho de um ano todo", celebrou o dançarino Jean Soares. "Não tem palavras, é muita emoção", acrescentou.

O melhor acampamento foi o do CTG Adaga Velha, de Rosário do Sul, na Região Central, e a 1ª Região Tradicionalista conquistou o Troféu Marca Grande (confira abaixo a lista completa dos vencedores).

Homenagem a missioneiros no Enart
(Foto: Rogério Bastos/divulgação-MTG)

Durante o evento, uma bela atitude fez jus ao tema do evento: o CTG Patrulha do Oeste, de Uruguaiana, na Fronteira Oeste gaúcha, deixou a disputa de lado e emprestou suas roupas para um grupo que teve as vestimentas perdidas, possibilitando que eles se apresentassem no evento.

O material perdido estava no carro de uma das integrantes do Departamento de Tradições Gaúchas (DTG) Caiboaté, da cidade de Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, que foi roubado. Dentro do veículo, estavam, além dos pertences pessoais, vestidos e pilchas que seriam usados nas apresentações de sua equipe.

Cientes da importância do evento e da dificuldade da recuperação das peças, os membros do centro de tradições de Uruguaiana ofereceram suas peças aos colegas. A atitude possibilitou a apresentação das prendas e peões de Guaíba.

"A solidariedade falou alto e tivemos ajuda. Só temos a agradecer a esta entidade coirmã que colaborou em prol da nossa causa", declarou um integrantes do DTG Caiboaté após o espetáculo de dança, que classificou o grupo para a final.

VIDEO



Confira a lista dos vencedores:

Danças Tradicionais – Força A
1º Lugar - CTG Ronda Charrua - Farroupilha - 25ª Região Tradicionalista (RT)
2º Lugar - CTG Guapos do Itapuí - Campo Bom - 30ª RT
3º Lugar - CTG Patrulha do Oeste - Uruguaiana - 4ª RT
4º Lugar - CTG Tiarayú - Porto Alegre - 1ª RT
5º Lugar - União Gaúcha J. Simões Lopes Neto - Pelotas - 26ª RT

Danças Tradicionais – Força B
1º Lugar - CFT Os Nativos - Santa Maria - 13ª RT
2º Lugar - PTG Bocal de Prata - Osório - 23ª RT
3º Lugar - CTG Capão Da Porteira - Viamão - 1ª RT
4º Lugar - DC Alma Gaúcha - Dom Pedrito - 18ª RT
5º Lugar - CTG Tropeiros do Sul - Capão do Leão - 26ª RT

Chula
1º Lugar - Matheus Guaresi de Onazar - CTG Lalau Miranda - Passo Fundo - 7ª RT
2º Lugar - Leonardo Brizola de Mello - GF Chaleira Preta - Ijuí - 9ª RT
3º Lugar - Guilherme Dias Picinini – GAN Anita Garibaldi - Encantado - 24ª RT

Gaita Piano
1º Lugar - Kelvin Ferderich Bica Molina - CTG Estância Gaúcha - Canoas - 12ª RT
2º Lugar - Vinicius Bianchini - CTG Alexandre Pato - Lagoa Vermelha - 8ª RT
3º Lugar - Cassio Roberto F. Da Silva - CTG Galpão Da Boa Vontade - Palmeira das Missões - 17ª RT

Gaita de Botão até Oito Baixos
1º Lugar - João Paulo Farias Cortes - DT Continente de São Pedro - Cruz Alta - 9ª RT
2º Lugar - Gabriel de Souza Augustin - 35 CTG - Porto Alegre - 1ª RT
3º Lugar - Henrique Isidoro M. de Almeida - CTG Coxilha de Ronda - Santiago - 10ª RT

Gaita de Botão Mais de Oito Baixos
1º Lugar - Nicolas M. Muller - CTG Ronda Charrua - Farroupilha - 25ª RT
2º Lugar - Vinicius Bianchini - CTG Alexandre Pato - Lagoa Vermelha - 8ª RT
3º Lugar - João Paulo Farias Cortes - DT Continente de São Pedro - Cuz Alta - 9ª RT

Gaita de Boca
1º Lugar - Osvaldo Machado - GCG Guardiões Da Tradição - Vacaria - 8ª RT
2º Lugar - Orlando Araújo Da Silva - CTG Lanceiros de Santa Cruz - Santa Cruz do Sul - 5ª RT
3º Lugar - Alceu Filipini - Gn Farroupilha - Erechim - 19ª RT

Bandoneon
1º Lugar - Dirceu Rucart Porsche - CTG Tiarayú - Porto Alegre - 1ª RT
2º Lugar - Decio Haustein - CTG Bento Gonçalves - Lajeado - 24ª RT
3º Lugar - Aldomiro Gomes Da Rosa - CTG Lanceiros de Santa Cruz - Santa Cruz do Sul - 5ª RT

Violino ou Rabeca
1º Lugar - Ricardo Luis de Moura Sieben - CTG Giuseppe Garibaldi - Encantado - 24ª RT
2º Lugar - Felippe de Farias - CTG Ronda Charrua - Farroupilha - 25ª RT
3º Lugar - Lucia Carolina Raente Ertel - CTG Vaqueanos da Tradição - Porto Alegre - 1ª RT

Violão
1º Lugar - Rafael Diniz - CTG Os Carreteiros - Caxias do Sul - 25ª
2º Lugar - Guilherme Patussi - Gan Anita Garibaldi - Encantado - 24ª RT
3º Lugar - Josemar Dias - DTG Noel Guarany - Santa Maria - 13ª RT

Viola
1º Lugar - Gabriel de Souza Augustin - 35 CTG - Porto Alegre - 1ª RT
2º Lugar - Natalicio Cavalheiro Filho - CTG Lalau Miranda - Passo Fundo - 7ª RT
3º Lugar - Sergio Bina de Souza - 35 CTG - Porto Alegre - 7ª RT

Conjunto Instrumental
1º Lugar - CTG Lalau Miranda - Passo Fundo - 7ª RT
2º Lugar - Os Tropeiros - CTG Tropeiros Da Amizade - Sapucaia do Sul - 12ª RT
3º Lugar - CTG Campo dos Bugres - Caxias do Sul - 25ª RT

Conjunto Vocal
1º Lugar - Bah Q Tri - CTG Tiarayú - Porto Alegre - 1ª RT
2º Lugar - CTG Lalau Miranda - Passo Fundo - 7ª RT
3º Lugar - CTG Unidos Pela Tradição Rio-Grandense - Carazinho - 7ª RT

Intérprete Solista Vocal Masculino
1º Lugar - Henrique Vargas Dos Santos - DTG Clube Juventude - Alegrete - 4ª RT
2º Lugar - Filipe Oelsner Coelho - DTG Clube Juventude - Alegrete - 4ª RT
3º Lugar - Matheus M. Dias Silva - CCT Rancho Crioulo - Canoas - 12ª RT

Intérprete Solista Vocal Feminino
1º Lugar - Jessilena Alano Etchevery - 35 CTG - Porto Alegre - 1ª RT
2º Lugar - Lucimara Da Silva Rosa - CTG Rodeio da Saudade - Rio Pardo - 5ª RT
3º Lugar - Evelyn Luisa Manica - CTG Chaleira Preta - Venâncio Aires - 24ª RT

Trova Mi Maior de Gavetão
1º Lugar - Jadir Soares de Oliveira - CTG Velha Cambona - Portão - 15ª RT
2º Lugar - Alaor Merchel - CTG Herdeiros da Tradição - Caxias do Sul - 25ª RT
3º Lugar - Valdir Santos - CTG Aparicio Silva Rilo - São Leopoldo - 12ª RT

Trova de Martelo
1º Lugar - José Joaquim Jesus Hugo - CTG Cel. Thomaz Luiz Osório - Pelotas - 26ª RT
2º Lugar - João Benito Soares Arena - CTG Carreteiros da Saudade - Gravatai - 1ª RT
3º Lugar - Hidalgo Batista Rodrigues - CTG Herdeiros da Tradição - Caxias do Sul - 25ª RT

Trova Estilo Gilde de Freitas
1º Lugar - João Valmor Barros Da Rocha - PTG João Manoel - São Borja - 3ª RT
2º Lugar - Antonio Flavio Da C. Rodrigues - GCG Guardiões da Tradição - Vacaria - 8ª RT
3º Lugar - Aldori Moreita Tito - CTG Oswaldo Aranha - Alegrete - 4ª RT

Trovador Mais Popular
Jadir Soares de Oliveira - CTG Velha Cambona - Portão - 15ª RT

Declamação Masculina
1º Lugar - Anderson Fonseca Rocha - CTG Sinuelo da Liberdade - Encruzilhada do Sul - 6ª RT
2º Lugar - Jair Da Silva Silveira - CTG Tiarayú - Porto Alegre - 1ª RT
3º Lugar - Samuel Albuquerque Maciel - União Gaúcha J. Simões Lopes Neto - Pelotas - 26ª RT

Declamação Feminina
1º Lugar - Tanara Barbosa - CTG Mourão de Estância - Estância Velha - 30ª RT
2º Lugar - Luciana Vargas de Avila - DTG Acácia Negra - Montenegro - 15ª RT
3º Lugar - Yasmin Kristini Barbosa - CTG Mourão da Estância - Estância Velha - 30ª RT

Pajada
1º Lugar - João Valmor Barros da Rocha - PTG João Manoel - São Borja - 3ª RT
2º Lugar - Jadir Soares de Oliveira - CTG Velha Cambona - Portão - 15ª RT
3º Lugar - Élder Da Rocha Medina - CTG Aldeia Dos Anjos - Gravatai - 1ª RT

Causo
1º Lugar - Everton Campos - CCN Sentinela do Rio Grande - Rio Grande - 6ª RT
2º Lugar - André Pontes de Abreu - CTG Júlio de Castilhos - Júlio de Castilhos - 9ª RT
3º Lugar - Hector Horácio Ferreyra - CTG Sinuelo da Serra - Serafina Correa - 11ª RT

Dança Gaúcha de Salão
1º Lugar - Jonatas Teixeira Cézaro e Jéssica Vivan Martins - CTG Tropeiros da Lealdade - Cachoeira do Sul - 5ª RT
2º Lugar - Samuel Valar e Karine Pelicioli - CTG Sinuelo Da Serra - Serafina Correa - 11ª RT
3º Lugar - André Kirchhof e Elisiane Kirchhof - CTG Bento Gonçalves - 11ª RT

Poesia
1º Lugar - Ibani Jorge Bicca – CTG Rincão Da Alegria – 5ª RT
2º Lugar - Guilherme Hexsel Rosa – CTG Lanceiros Da Zona Sul – 1ª RT
3º Lugar - Luiz Onério Pereira – CTG Rodeio Dasaudade – 9ª RT

Conto
1º Lugar – Jorge Magnus Pereira Teixeira – CTG Capão Da Porteira – 1ª RT
2º Lugar – João de Deus Vieira Alves – CTG Porteira Da Tradição – 1ª RT
3º Lugar – Juarez Nunes Da Silva – CTG Imigrantes E Tradição – 25ª RT

Conjunto Musical de Invernada
1º Lugar - CTG M’Bororé - Campo Bom - 30ª RT
2º Lugar - CTG União Gaúcha J. Simões Lopes Neto - Pelotas - 26ª RT
3º Lugar - CTG Rancho da Saudade - Cachoeirinha - 1ª RT

Melhor Entrada
1º Lugar - CTG Aldeia dos Anjos - Gravataí - 1ª RT
2º Lugar - DTG Clube Juventude - Alegrete - 4ª RT
3º Lugar - GTCN Velha Carreta - Caxias do Sul - 25ª RT

Melhor Saída
1º Lugar – CPF Piá do Sul - Santa Maria - 13ª RT
2º Lugar - DTG Clube Juventude - Alegrete - 4ª RT
3º Lugar - CTG Lalau Miranda - Passo Fundo - 7ª RT

Grupo de Danças Mais Popular
CTG Ronda Charrua - Farroupilha - 25ª RT

Melhor Acampamento
CTG Adaga Velha - Rosário do Sul - 18ª RT

14ª Mostra de Arte e Tradição Gaúcha
1º Lugar - 9ª Região Tradicionalista
2º Lugar - 11ª Região Tradicionalista
3º Lugar - 30ª Região Tradicionalista

Troféu Marca Grande – 1ª Região Tradicionalista

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

NOVO PLANO DE CARREIRA DA BM E ALÍVIO DO REGIME DISCIPLINAR

JORNAL DO COMERCIO 14/11/2013

Novo plano de carreira da BM ficará pronto até terça. Documento que irá para a AL aborda reajustes e regimento disciplinar


Isabella Sander


CLAITON DORNELLES/JC

Pestana (c) diz que servidores atuais terão promoção na aposentadoria

Uma reunião na próxima segunda-feira deve finalizar as negociações, que já duram dois meses, entre a Casa Civil e as associações de soldados, sargentos e tenentes, sobre as reformulações na Brigada Militar. O encontro que ocorreu nesta quarta-feira terminou sem definições. As alterações serão incluídas em um projeto, que, segundo o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, será enviado para apreciação da Assembleia Legislativa do Estado na terça-feira. Ele deve ser votado até a metade de dezembro.

A discussão gira em torno do calendário de reajustes salariais para os praças, do alívio do regime disciplinar e de mudanças no plano de carreira. Um impasse aconteceu quando o governo propôs a extinção da promoção automática na Brigada Militar no momento da aposentadoria. A categoria é contra essa mudança.

“Nós estamos conversando sobre suspender o benefício para os servidores novos, coisa que as associações aceitam, mas quem já está trabalhando ainda será contemplado com a promoção”, afirma Pestana. Atualmente, soldados e sargentos sobem um degrau na hierarquia quando se aposentam – soldados se tornam sargentos, ganhando R$ 600,00 a mais, e sargentos viram tenentes, recebendo acréscimo de R$ 1 mil.

Quanto ao reajuste, o presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes (ASSTBM), Aparício Santellano, assegura que se está chegando a uma definição. “Os valores estão decididos, mas queremos que o aumento seja antecipado”, explica. A proposta do Piratini prevê aumento, no decorrer de um calendário de 2015 a 2018, de 246% no salário-base dos soldados, chegando a R$ 4 mil até 2018, e de 151% no de tenentes, passando para R$ 6,8 mil. Segundo o chefe da Casa Civil, os valores investidos pelo Estado não foram contabilizados, mas serão significativos. “Temos quase 40 mil servidores de nível médio, será um grande investimento, mas o governo tem embargo para pagar. Não haverá calote”, garante.

Outra questão analisada é a criação de uma carreira única, o que faria com que fosse exigido Ensino Superior em qualquer área para entrar na corporação. Depois, todo o efetivo poderia subir na hierarquia, de acordo com qualificações e tempo de serviço, e ter a chance de chegar ao nível máximo, de coronel. Essa pauta é defendida principalmente por servidores de escalas mais baixas. Hoje, quem tem nível médio pode ser soldado, sargento ou tenente, e quem tem formação superior em Direito concorre aos cargos de capitão, major, tenente-coronel e coronel. Apesar da resistência do Piratini, a mudança deve ser aprovada, conforme Pestana, mas também somente para novos membros do efetivo.

O único ponto sobre o qual há consenso é o alívio do regimento disciplinar, considerado ultrapassado e autoritário. No projeto, está prevista a criação de um código de ética, aprovado em lei ordinária. Entre os casos questionados pela categoria, estão “deixar de cumprimentar o superior” e “conversar ou fazer ruídos em ocasião imprópria”.

PROJETO ELEVA SALÁRIOS NÍVEL MÉDIO DA BM EM 245% ATÉ 2018


ZERO HORA 4 de novembro de 2013 | N° 17614

REAJUSTE NA TROPA

Projeto eleva os salários na BM em 245% até 2018



O governo do Estado pretende encaminhar o projeto que altera planos de carreira e salários dos servidores da Brigada Militar à Assembleia Legislativa na terça-feira. Ontem, o secretário da Casa Civil, Carlos Pestana, discutiu a proposta que reajusta vencimentos em até 245% com associações de nível médio. Um novo encontro ocorrerá na segunda-feira.

Odocumento prevê aumento escalonado entre 2010 e 2018 para soldado (245,38%), 3º sargento (206,57%), 2º sargento (195,84%), 1º sargento (179,48%), 1º tenente (151,83%) e capitão administrativo (144,16%). Este último posto seria criado e representaria o mais alto na carreira de nível médio, com salário básico igual ao capitão de nível superior. Até 2014, o reajuste já está garantido.

Apesar de considerarem os valores insuficientes, os líderes das associações estão mais descontentes com modificações no plano de carreira.

– O pior para a categoria é a questão do interstício – afirma o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filhos (Abamf), Leonel Lucas, citando a elevação do tempo necessário para promoção.

Lucas reivindica que o critério para mudança de cargo seja igual ao dos oficiais, isto é, sem concurso interno. Aparício Santellano, presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar, acredita que a proposta avança pouco em relação o que foi pleiteado nos debates anteriores com o governo:

– Depois da próxima reunião, a gente vai fazer uma assembleia-geral e deliberar com as categorias.

O Executivo pretende concluir o plano de carreira na semana que vem. A proposta deve ser encaminhada ao Legislativo em regime de urgência, para ser votada neste ano.

– As negociações têm ocorrido com tranquilidade, e estou convicto que na segunda-feira chegaremos a um acordo. Mas já adiantamos que manteremos as promoções na aposentadoria para os atuais servidores – afirmou Pestana.



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CAÇA AO REBANHO PERDIDO


ZERO HORA 08 de novembro de 2013 | N° 17608

CARLOS WAGNER

Como é a rotina da patrulha rural que tem a difícil missão de tentar frear o abigeato em região próxima à fronteira

O combate ao abigeato na região de fronteira é centenário. Na imensidão das planícies da região, os Abas Largas, unidade da Brigada Militar (BM) especializada na busca de ladrões de gado, travam um jogo de gato e rato com os bandos.

Armas à mão, o grupo formado pelo sargento Dilson Torales da Cruz e pelos soldados Marcus Gilberto Isnardi Devincenzi e Roberto Moura, instala-se a bordo de uma caminhoneta do 6º Regimento de Polícia Montada, com sede em Bagé. Em mais um capítulo desse enfrentamento, a patrulha rural inicia uma jornada de 10 horas de vigilância em uma área de 7,3 mil quilômetros quadrados onde existem 4 mil quilômetros de estradas. A maior parte desses caminhos fica na fronteira seca entre Brasil e Uruguai, local de grande atuação de abigeatários.

– É impossível estarmos em todos os lugares da fronteira. Mas os ladrões sabem que uma patrulha pode surgir do nada na frente deles – afirma o tenente Eduardo Azambuja Martins, coordenador do policiamento rural.

Antes de a patrulha sair do quartel, Martins reúne-se com os policiais e entrega um envelope pardo, com o carimbo de sigiloso. Ali estão informações coletadas pelo serviço de inteligência da BM sobre a atividade de um bando de ladrões de gado na Estrada da Serrilhada, um caminho de chão batido de 60 quilômetros que liga a periferia de Bagé a um vilarejo na linha divisória entre Brasil e Uruguai. A conversa entre o tenente e a patrulha foi objetiva e reservada. Zero Hora acompanhou a equipe durante 10 horas de trabalho, que começaram no início de uma noite de junho e terminaram no final da madrugada do dia seguinte.

Os policiais seguiram em marcha lenta pela Serrilhada. A luz do giroflex fica desligada e os faróis, baixos. Informações do serviço de inteligência apontam que ladrões de gado tinham voltado a atuar na área. A estratégia usada é cortar o arame da cerca e soltar o gado na estrada, conhecida como corredor. Durante a madrugada, grupos de ladrões a cavalo conduzem a tropa no corredor até um caminhão boiadeiro.

– Estamos há duas semanas no encalço deles. No mês passado, soltaram 12 cabeças de gado na estrada – acrescenta o soldado Isnardi, que dirige a caminhoneta enquanto Torales e Moura varrem o acostamento da estrada com luzes de faroletes.

De repente, um deles localiza um novilho preto solto no corredor. O veí- culo para, e os policiais examinam a cerca da fazenda. Não encontram o local onde o arame fora rompido.

Suspendem a busca quando surge a luz de um veículo. Os policiais tomam posição para interceptar o automóvel. O carro para e o motorista se identifica. Era um pecuarista. Com a luz do giroflex, a presença da BM é denunciada, e a chance de chegar aos ladrões diminui. Esse jogo de gato e rato entre abigeatários e polícia vem desde dos tempos em que os Abas Largas faziam as patrulhas a cavalo.




Uma noite de empate no combate ao furto de gado


Na medida em que a patrulha se aproxima da Fronteira, o número de cabeças de gado solto na estrada aumenta. Um dos policiais comenta que boa parte desse rebanho era de pequenos fazendeiros, conhecidos como pecuaristas do corredor. São animais facilmente reconhecidos por causa da aparência magra e da indefinição de raça.

No meio deles, estão vários novilhos, esses de raça definida, das fazendas vizinhas. Os policiais acreditam que esses animais tenham sido deixados ali pelos ladrões, que usam o rebanho de corredor como um espécie de camuflagem.

No meio da madrugada, as luzes e o ronco de um motor de caminhão vindos de uma coxilha próxima chamam a atenção da patrulha. O veículo é parado e examinado.

– Faço parte de uma turma de caminhoneiros que está transportando soja para Bagé. Acabei ficando desgarrado – explica o motorista do caminhão, João Candongara.

No final da madrugada, a patrulha retorna a Bagé. Na contabilidade do sargento Torales, foi uma noite de empate. Não houve prisões, mas pelo menos se evitou que os animais encontrados soltos no corredor fossem levados pelos abigeatários.




Cerco ao varejo também se fecha

O cerco ao varejo, onde a carne sem procedência é colocada à venda, também começa a se fechar. Ações policiais contra receptadores entraram na agenda da Polícia Civil, a exemplo do que é feito com outros crimes. Só em 2013, foram cinco operações.

Em agosto, em Quaraí, na Fronteira Oeste, a Polícia Civil, a Brigada Militar (BM) e a Vigilância Sanitária Municipal realizaram a segunda fase da Operação Carnificina. O objetivo era frear os abigeatários na cidade. No ano passado foram furtadas 62 cabeças e, neste ano, 41 de janeiro a agosto.

Foram vistoriados 20 locais, onde investigações haviam detectado indícios de envolvimento com receptação de carne de abigeato. Em sete deles foram encontrados 600 quilos de carne sem condições para o consumo.

– Em um dos açougues, havia capim colado na carne, um sinal de que o animal havia sido abatido no campo – explica o escrivão Paulo Roberto Nunes Machado, um dos policiais envolvidos na operação.

A origem da carne segue sendo investigada. A operação de Quaraí foi um recado aos criminosos. Uma ação mais complexa ocorreu no mês passado em oito cidades na região de Bagé.

A área é considerada um “viveiro de abigeatários”. Só em Bagé, no ano passado, foram furtadas 164 cabeças. Nos oito primeiros meses de 2013, foram 108. A Operação Carne Limpa, envolveu policiais, técnicos, fiscais e policiais, e vistoriou 80 estabelecimentos. Em 22 deles foram encontrados 800 quilos de carne sem condições de consumo.

– Pela vivência policial, sabemos que parte dessa carne vem do abigeato. E o fato de ter vários órgãos envolvidos dá uma chance maior de obter provas – avalia Cristiano Riberio Ritta, da Delegacia de Roubos, Furtos, Entorpecentes e Capturas de Bagé.


Operação localizou animais abatidos às margens do Rio dos Sinos


Controle mais rigoroso para o período da Copa


A indústria de abate clandestino envolve cerca de 400 mil cabeças de gado a cada ano, segundo estimativa do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sindicarne). Mas é apenas uma tentativa de dimensionar uma atividade sobre a qual não há controle.

O produto não tem qualquer inspeção sanitária, o que representa perigo para saúde. Uma mobilização conjunta entre indústria e governo conseguiu reduzir esse volume, que já chegou a 600 mil cabeças.

Ainda assim, a oferta de carne proveniente de abigeato pode comprometer um árduo trabalho de uma década contra o abate clandestino e preocupa o presidente do Sindicarne, Ronei Lauxen.

O temor é compartilhado por autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, que estão colocando em prática um projeto-piloto de categorização dos serviços de alimentação para a Copa do Mundo 2014 nas cidades-sede dos jogos. Em Porto Alegre, o projeto é tocado pela Equipe de Vigilância de Alimentação, ligada à Secretaria Municipal da Saúde.

– Em linhas gerais, é um check-list de 120 pontos relacionados com o manuseio e a origem dos alimentos que os restaurantes precisarão responder. E serão classificados pelas suas respostas – informa o veterinário Paulo Antonio da Costa, chefe da Equipe de Vigilância da Capital.

Como a carne é o principal cartão-postal dos gaúchos – e um dos principais produtos brasileiros no Exterior, todas as 82 churrascarias e galeterias existentes na cidade estão incluídas no projeto, avisa Costa.


FURTO DE GADO DESAFIA REPRESSÃO

Mais do que resistir ao tempo, o crime de abigeato, que atormenta produtores rurais em todo o Estado, torna-se mais danoso com associação de ladrões a grupos de criminosos

Policiais, fazendeiros e historiadores costumam dizer que o furto de gado, atividade conhecida como abigeato, é um crime que existe desde antes da fundação do Rio Grande do Sul.

Descontada uma eventual imprecisão histórica, é fato que bandos de abigeatários não só sobrevivem há séculos como também chegaram aos dias atuais exibindo maior eficiência nos furtos. Para isso, aliaram-se a quadrilhas que têm outros negócios ilegais e fizeram com que a carne chegasse com mais rapidez ao consumidor.

No princípio, o objetivo do furto era alimentar a família. Era conhecido como abigeato de garupa (veja quadro). Mais tarde, a carne passou a ser vendida aos açougues nas periferias. Hoje, os abigeatários transportam o gado para centros clandestinos de abate.

Entre os motivos que contribuíram para a perenidade desse de crime estão a dificuldade de enquadrar os abigeatários em crimes graves do Código Penal – como formação de quadrilha –, falta de estrutura na investigação e problemas na identificação da procedência da carne.

– É impossível colocar um chip eletrônico em cada pedaço de carne – lamenta o delegado Cristiano Ribeiro Ritta, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Bagé.

Nesta semana, deputados gaúchos aprovaram um projeto de lei que determina a especificação do abigeato nos registros dos índices de criminalidade do Estado. O objetivo é dimensionar melhor o problema para desenhar melhores estratégias de reação. Outra proposta, que tem gerado polêmica, prevê a identificação obrigatória do rebanho. O texto original foi retirado da Assembleia. Para Anna Suñé, coordenadora da Câmara Setorial da Carne da Secretaria da Agricultura, a ferramenta "ajudaria muito" no combate ao crime. O brinco colocado no gado dificultaria a legalização do animal furtado, hoje feita com a emissão de nota fiscal fria. O Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), do governo federal, é voluntário e existe em 153 das 370 mil propriedades rurais gaúchas. No país, 1.687 propriedades estão no Sisbov – 0,5% do total. A baixa adesão está relacionada ao custo.

– No Uruguai, onde o procedimento se tornou obrigatório, o abigeato caiu mais de 40% – afirma Anna.



Vítima virou grife de carne roubada


A cada três meses, uma conversa se espalha entre os receptadores de gado furtado na Campanha, em especial em Dom Pedrito:

– Tem carne do Pötter.

O nome é uma garantia de produto macio e de alta qualidade.

– Virei grife de abigeatário. Os ladrões estabeleceram uma espécie de rodízio entre pecuaristas da região para furtar gado. Eu perco 20 cabeças por ano, todas de raça – conta Valter José Pötter, 64 anos, da Estância Guatambu.

– Eu e os meus vizinhos contratamos seguranças que ficam rodando de moto nas estradinhas de chão batido da região e informam as autoridades sobre qualquer movimentação suspeita – comenta o pecuarista.

O momento de maior tensão é quando os animais prontos para o abate são separados do resto do rebanho e ficam aguardando o caminhão para serem levados ao frigorífico.

Na tentativa de não chamar atenção dos ladrões, os peões são orientados a fazer a separação do gado gordo de maneira discreta. O procedimento nem sempre dá certo, porque os abigeatários, na sua maioria homens do campo, conhecem as rotinas das estâncias.



Estância Guatambu e outras propriedades contrataram segurança particular



Colecionador de ocorrências

Estanislau Mendes Gonçalves, que vive em Vista Alegre, localidade às margens da Estrada da Serrilhada, em Bagé, não é um grande estancieiro, tem uma pequena propriedade. Nem por isso está livre da ação dos ladrões que furtam gado.

– Tenho aqui, dentro de uma pastinha, 60 ocorrências policiais que registrei nos últimos anos por ter sido vítima de abigeatários – conta.

Ele já perdeu 500 animais, a maioria vacas leiteiras. Em uma das investidas, como sinal de protesto por uma das vacas ser magra, os ladrões cortaram as patas e deixaram o animal agonizando no pasto.

– Fizeram uma malvadeza com o bicho só para debochar de mim – lamenta o produtor.



Gonçalves guarda os registros de 60 ocorrências, que somam mais de 500 animais furtados


CERCA DE 14 MIL CABEÇAS DE GADO LEVADAS POR ANO

Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança, cerca de 14 mil cabeças de gado são furtadas ao ano no Estado, onde o rebanho chega perto de 14 milhões. Embora corresponda a uma fração do total, o produto do crime é um risco para a saúde pública, diz professor Eduardo Cesar Todo, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em séculos de enfrentamento, ladrões de gado têm levado vantagem Embora as autoridades conheçam os caminhos que levam a carne do abigeato ao prato do consumidor, não conseguem desmontar os esquemas.


A EVOLUÇÃO DO CRIME NO ESTADO

1. PROPRIEDADES CERCADAS - Até 1880, a carne não tinha preço no mercado, as fazendas não eram cercadas e os rebanhos viviam soltos no campo. Os ladrões de gado vendiam o couro e o sebo e deixavam a carne apodrecendo no campo. Depois, a carne ganhou preço internacional e os uruguaios cercaram suas fazendas, no que foram seguidos pelos proprietários de terra no Rio Grande do Sul.

2. EM TEMPOS DE REVOLUÇÃO - A Revolução Farroupilha (1835-1845) tornou rotina a “desapropriação de rebanhos” para alimentar as tropas. Terminada a guerra, o abigeato se transformou em preocupação para os fazendeiros.

3. O ABIGEATO DE GARUPA - Entre os anos 1930 e 1960, o gado furtado servia para alimentar as famílias dos ladrões. Eles levavam o animal (geralmente uma ovelha) na garupa do cavalo.

4. FORMAÇÃO DE QUADRILHAS - Nos anos 1960, houve aumento no êxodo rural, gerando desigualdade econômica nas cidades. Os furtos passam a servir para abastecer os açougues das periferias. É neste período que começam a se criar bandos de abigeatários.

5. O CRIME ORGANIZADO - Nos anos 2000, as quadrilhas de ladrões de gado se integraram a outros bandos, passando a ser um elo do crime organizado.


COMO É FEITA A LEGALIZAÇÃO

1. EMISSÃO DA NOTA - Bloco do produtor, usado para controlar o comércio, é fácil de obter. O problema: as informações que identificam o animal são gerais – idade aproximada, quantidade e destino. Dados como pelagem e raça são opcionais.

2. ENTREGA À INSPETORIA - Venda é lançada no Sistema de Defesa Agropecuária do Estado, onde cada propriedade tem uma ficha. Se a quantidade de gado existe na propriedade e as vacinas estão em dia, é fornecida uma Guia de Trânsito Animal (GTA), que autoriza o transporte. O problema: os dados do cadastro são informados pelo produtor – ou pelo ladrão.

3. TRANSPORTE COM GTA - Se a carga for parada, os documentos estarão em dia.. O problema: as informações de identificação usadas na GTA são as mesmas da nota fiscal.